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MDB adota discurso “nem-nem” para desvincular Nunes de Bolsonaro

Após Nunes declarar que vai a ato de Bolsonaro, lideranças da sigla exaltaram gestão “sem ideologias”: “Não é de direita e nem de esquerda”

atualizado

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Prefeitura de São Paulo
Imagem colorida mostra Michel Temer, homem idoso, de cabelos brancos, terno, gravata e camisa azuis, falando próximo do rosto de Ricardo Nunes, homem branco, de meia idade, cabelo e barba pretos, vestindo terno, camisa e gravata também azuis - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Michel Temer, homem idoso, de cabelos brancos, terno, gravata e camisa azuis, falando próximo do rosto de Ricardo Nunes, homem branco, de meia idade, cabelo e barba pretos, vestindo terno, camisa e gravata também azuis - Metrópoles - Foto: Prefeitura de São Paulo

São Paulo — A cerimônia de posse do ex-ministro Aldo Rebelo como secretário de Relações Internacionais do governo Ricardo Nunes (MDB), nessa segunda-feira (19/2), foi o palco escolhido por lideranças nacionais do partido, como o governador do Pará, Helder Barbalho, e o ex-presidente Michel Temer, para criticar as discussões sobre “esquerda e direita” e defender o que consideram uma gestão “sem ideologias” do prefeito da capital.

“São Paulo não é da direita, não é da esquerda, São Paulo é dos paulistanos, é do Brasil”, disse Helder, ao ressaltar que Nunes governaria de forma pragmática e seria “um exemplo” para outros centros urbanos.

“Ser reeleito representa passar pelo teste do julgamento popular, que é o mais importante teste que o homem público pode se prestar”, disse Helder, dirigindo-se a Nunes.

“Um gestor, para ser avaliado e ser reconduzido […], não governa para os extremos. Ele governa para todos. E é isso que você tem feito em favor de São Paulo e é desta forma que você continuará liderando São Paulo e mostrando o exemplo de administração”, complementou.

Já Temer disse que “aqui em São Paulo, não se há de falar de direita, esquerda, centro. O que há de falar-se é de administração em benefício do povo paulistano”.

 “Pergunta ao sujeito que está passando fome se ele é direita ou esquerda. Ele dirá: ‘Eu quero pão'”, disse o ex-presidente. “Isso é o que está na cabeça do Ricardo [Nunes], administrar para o povo paulistano.”

Protesto bolsonarista com Nunes

As falas se deram em um momento em que Nunes vem sendo questionado, até por integrantes do partido, por ter confirmado presença em um ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, no próximo domingo (25/2), com seus apoiadores. Integrantes do MDB viram o anúncio como uma saia justa para o prefeito.

Bolsonaro está no centro de uma investigação da Polícia Federal sobre um suposto complô para dar um golpe de estado no país no fim de 2022, quando percebeu que poderia perder as eleições para o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em uma operação realizada antes do Carnaval, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o ex-presidente teve o passaporte apreendido.

A própria indicação de Aldo fazia parte de um movimento da equipe de Nunes para afastá-lo do bolsonarismo — o prefeito busca o apoio do ex-presidente especialmente para evitar que as eleições tenham um representante desse grupo político na disputa, o que poderia lhe tirar votos.

Aldo, que já foi do PCdoB e ministro de Lula e Dilma Rousseff, reforçaria o caráter de “frente ampla” que o prefeito quer dar a sua candidatura contra Guilherme Boulos (PSol).

Nos discursos da tarde dessa segunda-feira, os aliados do prefeito buscaram afastá-lo das ideologias de extrema direita associadas a Bolsonaro.

Casa cheia

A cúpula do MDB enviou à prefeitura nomes de expressão nacional para a posse de Aldo. Além de Helder e Temer, o governador de Alagoas, Paulo Dantas, e o presidente da sigla, Baleia Rossi, estiveram presentes e fizeram discursos.

“Figura competente, articulada, sensata e que conhece como poucos a realidade do nosso país. Muito sucesso, meu irmão”, postou Rossi em suas redes sociais, em referência ao novo secretário.

Presidentes de partidos aliados, como Ciro Nogueira (PP) e Gilberto Kassab (PSD), também foram convidados, sem contar caciques de expressão local, como o ex-governador Rodrigo Garcia (PSDB), que tem evitado holofotes desde que deixou o Palácio dos Bandeirantes para Tarcísio de Freitas (Republicanos).

 

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