Maus-tratos: tutor usava só margarina para “tratar” cavalo com câncer
Morador de Iepê admitiu que cavalo estava doente e que apenas aplicava margarina em ferida. Homem foi liberado após ser ouvido pela polícia
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — Um homem de 74 anos, tutor de um cavalo na área rural de Iepê, interior de São Paulo, foi denunciado à Polícia Militar Ambiental por maus-tratos ao animal. Ele admitiu aos agentes que o cavalo estava com câncer e que fazia o “tratamento” apenas aplicando margarina nas feridas provocadas pelo tumor em uma das narinas.
A Polícia Ambiental checou a denúncia contra o tutor nessa quinta-feira (31/10). O cavalo foi encontrado, no sítio do homem, muito debilitado, com um tumor no orifício da narina esquerda, o que dificultava sua respiração.
Indagado, o tutor disse que não estava medicando o equino, apenas aplicando margarina nas feridas para evitar que moscas pousassem. Segundo a polícia, também foi constatado que o cavalo estava desnutrido e desidratado, em local sem pastagem, sem ração ou água.
Além disso, no sítio foram localizadas uma espingarda calibre 28 ao lado da porta e várias munições. Havia 12 cartuchos recarregados calibre 28 e 19 deflagrados do mesmo calibre. Todo o material foi apreendido.
O homem foi multado em R$ 3 mil pelos maus-tratos contra o cavalo, que foi mantido com o sitiante sob a condição de que procurasse atendimento veterinário imediato.
O tutor foi apresentado na delegacia da cidade e liberado após ser ouvido, mas responderá criminalmente pelos maus-tratos e a posse ilegal de arma de fogo de uso permitido.
Mulher presa em Presidente Epitácio
Em outra ocorrência atendida pela Polícia Ambiental, uma moradora de Presidente Epitácio, também no interior, foi autuada por maus-tratos a dois cachorros na quarta-feira (30/10).
Um dos cães tinha feridas nas orelhas, olhos e patas, o que levantou suspeita de leishmaniose (veja abaixo). A tutora, contudo, disse que as lesões seriam resultado da briga com outro cachorro.
Segundo a Polícia Ambiental, também não havia alimentação disponível para os cães. Eles estavam tão fracos que mal tiveram forças para comer a ração oferecida pelos agentes.
Um teste rápido feito pela Vigilância Sanitária confirmou a suspeita de leishmaniose. Além de ser multada em R$ 3 mil, a tutora, uma mulher de 45 anos, foi presa em flagrante por maus-tratos contra animais e aguarda a realização de audiência de custódia. Os cães foram encaminhados a um abrigo da cidade.