“Massacre de Paraisópolis”: Justiça ouve testemunhas de defesa de PMs
A quinta audiência de instrução do caso que ficou conhecido como “Massacre de Paraisópolis” deve ouvir 17 testemunhas de defesa
atualizado
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São Paulo — A Justiça de São Paulo realiza nesta sexta-feira (2/8) a quinta audiência de instrução do caso que ficou conhecido como “Massacre de Paraisópolis”. A sessão é realizada no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste da capital, e presidida pelo juiz Antonio Carlos Pontes de Souza, da 1ª Vara do Júri. Ao todo, 17 testemunhas de defesa devem ser ouvidas.
São testemunhas dos doze policiais militares acusados de participação na morte de nove jovens durante um baile funk na comunidade de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, em 1º de dezembro de 2019. Outras 12 pessoas que estavam na festa ficaram feridas.
A sessão, agendada para as 10h, ainda não havia iniciado até as 11h.
Os agentes respondem por homicídio por dolo eventual pela morte dos nove jovens e lesão corporal eventual das 12 vítimas.
Todos os doze policiais militares devem comparecer à audiência. Eles respondem aos crimes em liberdade. Um 13º agente era réu por expor pessoas a perigo ao soltar explosivos nelas, mas teve o processo suspenso por dois anos se cumprir medidas impostas pela Justiça.
A audiência é uma fase do processo judicial destinada a avaliar se existem provas suficientes para acusar os réus de um crime. Caso as evidências sejam confirmadas, o juiz encaminhará os acusados para um júri popular e definirá a data do julgamento.
Na última audiência, a quarta, em junho deste ano, a Justiça ouviu cinco testemunhas.
Os réus serão interrogados em outra oportunidade, segundo nota enviada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo ao Metrópoles.
PMs assumiram risco, diz MPSP
Para o Ministério Público de São Paulo, os PMs assumiram o risco de causar a morte das pessoas ao provocar tumulto, com uso de bombas de gás e balas de borracha, e fechar rotas de fuga, deixando apenas duas vielas livres, onde as vítimas ficaram encurraladas. Nenhum dos mortos morava no bairro.
No processo, os policiais disseram que estavam perseguindo dois suspeitos de roubo em uma moto, que nunca foram encontrados. Os PMs atribuem o tumulto à presença de tais suspeitos.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP), por sua vez, afirmou que os 12 policiais denunciados pelo MPSP estão afastados de atividades operacionais e um dos indiciados não integra mais a Polícia Militar.
Quem são os acusados
- tenente Aline Ferreira Inácio – acusada de homicídio
- soldado Anderson da Silva Guilherme – acusado de homicídio
- cabo Gabriel Luís de Oliveira – acusado de homicídio
- sargento João Carlos Messias Miron – acusado de homicídio
- soldado José Joaquim Sampaio – acusado de homicídio
- soldado José Roberto Pereira Pardim – acusado de explosão
- subtenente Leandro Nonato – acusado de homicídio
- soldado Marcelo Viana de Andrade – acusado de homicídio
- soldado Marcos Vinicius Silva Costa – acusado de homicídio
- soldado Mateus Augusto Teixeira – acusado de homicídio
- cabo Paulo Roberto do Nascimento Severo – acusado de homicídio
- soldado Rodrigo Almeida Silva Lima – acusado de homicídio
Quem são as vítimas
- Bruno Gabriel dos Santos, 22 anos, morreu por asfixia
- Dennys Guilherme dos Santos, 16 anos, morreu por asfixia
- Denys Henrique Quirino, 16 anos, morreu por asfixia
- Eduardo Silva, 21 anos, morreu por asfixia
- Gabriel Rogério de Moraes, 20 anos, morreu por asfixia
- Gustavo Xavier, 14 anos, morreu por asfixia
- Luara Victoria de Oliveira, 18 anos, morreu por asfixia
- Marcos Paulo Oliveira, 16 anos, morreu por asfixia
- Mateus dos Santos Costa, 23 anos, morreu por traumatismo