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Marta diz ser “PT raiz” e fala em “derrotar o bolsonarismo” em SP

Ex-prefeita e ex-ministra, Marta Suplicy retorna ao PT após nove anos longe do partido com discurso sobre “volta ao ninho”

atualizado

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Imagem colorida de Guilherme Boulos, Marta Suplicy e Lula em evento do PT em São Paulo - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de Guilherme Boulos, Marta Suplicy e Lula em evento do PT em São Paulo - Metrópoles - Foto: Reprodução/Youtube

São Paulo – Em seu retorno ao PT nove anos após ter deixado o partido, Marta Suplicy disse que aceitou o convite do presidente Lula para “voltar ao ninho” com o intuito de derrotar “o bolsonarismo e seus representantes” na capital – em referência ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), cuja reeleição é apoiada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Estou de volta ao meu aconchego, à minha raiz”, disse Marta, na noite desta sexta-feira (2/2), em seu primeiro discurso público após ter sido convidada a integrar a chapa de Guilherme Boulos (PSol-SP) como vice-candidata à Prefeitura de São Paulo.

Marta não fez nenhuma autocrítica sobre o período no qual ficou longe do partido, no qual fez críticas públicas ao PT e, inclusive, votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff em 2016. Algumas alas petistas foram contrárias ao retorno dela e a própria Dilma não se manifestou publicamente sobre a refiliação de Marta.

A ex-prefeita também não citou o nome de Nunes, de quem era secretária até o início deste ano.

“Ninguém melhor que você, companheiro Boulos, reúne as condições necessárias para nos liderar nessa caminhada com a reconquista da Prefeitura de São Paulo. Juntos, com Lula, nós vamos vencer Bolsonaro como em 2022. Novamente juntos vamos derrotar o bolsonarismo e seus representantes aqui na capital. De novo. Conte comigo como parceira solidaria e militante”, disse Marta.

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Marta Suplicy (PT)
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A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy teve pouco protagonismo na campanha do psolisra

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A refiliação de Marta contou com a assinatura simbólica de Lula, que cobrou uma ficha física após ter sido informado de que, atualmente, as filiações são feitas de forma online.

“Aqui não tem nada de internet, é preto no branco, é para assinar a ficha”, brincou o petista.

“Eu retorno ao PT mais madura, mais experiente e entendo que unir e somar vai ser o nosso grande desafio porque é a hora de promovermos a união dos mais amplos e diferentes setores democráticos e populares na nossa cidade e em todos o Brasil”, disse Marta.

Lula lembra saída de Marta e detalha retorno ao PT

Em evento na Casa de Portugal, no bairro da Liberdade, na região central da capital paulista, o presidente disse que a entrada de Marta na chapa seria importante para agregar experiência a Boulos, a quem chamou de “jovem” e “liderança extraordinária”.

“Se a gente quiser ganhar as eleições de São Paulo, a gente vai ter que trazer a Marta de volta ao PT para ela ser a vice do companheiro Boulos”, disse Lula.

O petista lembrou que, em 2014, Marta foi contrária à reeleição de Dilma Rousseff e que havia ameaçado deixar o partido se Lula não fosse o candidato.

“Nem todo mundo ia honrar e suportar a quantidade de erros que comete. E você [Marta] em nenhum momento ficou acanhada”, contou o presidente.

Lula relatou ter pedido para que o deputado federal Rui Falcão fizesse uma sondagem a Marta antes que ele a chamasse para conversar pessoalmente.

“O partido tem que procurar alianças, é preciso trazer gente que não gosta de mim, que eu não conheço”, afirmou o presidente, lembrando que o PT foi derrotado nas eleições municipais de 2020, com a candidatura de Jilmar Tatto.

Boulos elogia Marta e brinca com evento de Lula e Tarcísio

Já Boulos elogiou os feitos de Marta à frente da Prefeitura, entre 2001 e 2004, e minimizou críticas trocadas entre os dois no passado. “Para aqueles que acharam que a gente não ia se entrosar, a gente vai fazer uma dupla dinâmica para mudar a cidade de São Paulo”, afirmou.

Na sequência ele citou uma série de políticas implementadas por ambos. “Vai ser a aliança dos CEUs [Centros Educacionais Unificados] com a moradia popular. Do Bilhete Único com as cozinhas solidárias. Da experiência administrativa com a coragem de lutar pelo povo”, afirmou.

Boulos reforçou que a chapa busca combater o bolsonarismo na capital paulista, elogiou Lula e criticou Nunes. “Quero te dar as boas-vindas à chapa vitoriosa da cidade de São Paulo”, disse o psolista à Marta.

O deputado também brincou com a troca de afagos entre Lula e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), afilhado político de Bolsonaro, durante agenda no Porto de Santos pela manhã. “Pelo que eu vi lá em Santos, se bobear o Lula trás até o Tarcísio para esta frente”, disse.

“Seja bem-vinda, Marta, ao seu partido”, disse a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

“Você pode ter saído do PT, mas eu quero dizer que o PT não saiu da sua imagem. As pessoas te veem e ainda falam ‘dona Marta do PT’. E o governo que você fez em São Paulo, as marcas que deixou, são dos programas do PT. A sua gestão foi uma das que mais fez pela periferia, pelo povo pobre e pelos trabalhadores”, disse Gleisi.

Gleisi lembrou que Marta esteve ao lado de Lula em 2022, assim como Boulos, e ressaltou a importância da ex-prefeita para o movimento feminista.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também ex-prefeito de São Paulo pelo PT, disse que é um “luxo” ter uma chapa com Boulos e Marta, chamou o psolista de “jovem talento” e disse que a disputa à Prefeitura “transcende” a questão partidária.

“Hoje não estamos falando de partido. Estamos falando uma coisa que transcende barreiras partidárias. Estamos falando de gestões progressistas”, disse Haddad.

Casa cheia

O diretório municipal do PT estima que cerca de 1,5 mil militantes compareceram à Casa de Portugal. A quantidade corresponde à capacidade total do lugar, que tinha filas enormes na porta e deixou muitos militantes do lado de fora por falta de espaço.

Antes do início dos discursos, o deputado estadual Eduardo Suplicy, ex-marido de Marta, cantou duas músicas no palco: Eu sei que vou te amar, de Vinícius de Moraes, e Blowing in The Wind, de Bob Dylan.

Estiveram no evento vereadores e deputados federais e estaduais do PT, além de dirigentes e quadros do PSol, do PCdoB, do PV, da Rede e do PDT, partidos que já declararam apoio à chapa de Boulos, e agora de Marta, à Prefeitura de São Paulo.

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