Marinha desiste de procurar homem que caiu no mar durante cruzeiro
Busca da Marinha por Carlos Candreva, de 32 anos, durou sete dias; homem caiu no mar, em São Sebastião (SP), durante o cruzeiro MSC Preziosa
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – A Marinha suspendeu, nesta sexta-feira (5/1), as buscas pelo escritor Carlos Alberto Mota Candreva, de 32 anos, que caiu no mar durante uma viagem de cruzeiro do navio MSC Preziosa, no litoral paulista, e está desaparecido desde a madrugada de sábado (30/12).
Após sete dias à procura do corpo, sem sucesso, a Marinha comunicou oficialmente o fim das buscas por Carlos. “Informamos que, devido ao tempo passado, a área de busca tornou-se demasiada grande”, diz a nota.
“Tendo em vista que não há nenhum indício que possa contribuir para a localização do passageiro, as buscas foram suspensas”, afirma.
A procura por Carlos havia começado com as equipes do próprio cruzeiro, ainda durante a madrugada da tragédia, com auxílio de dois barcos. Acionada pela empresa, a Marinha assumiu os trabalhos de busca e salvamento e deu aval para a embarcação seguir viagem.
Crise de ciúme
Carlos teria pulado do 15º andar do navio, em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, após uma discussão em casal, na madrugada de sábado.
O homem fazia a viagem na companhia de Vitória Bárbara Momenso, de 27 anos, com quem mantinha uma relação aberta. Ao Metrópoles a jovem relatou que o escritor teria se atirado em alto-mar durante uma crise de ciúmes.
“Enquanto eu estava no banheiro, o Carlos pegou meu celular. Eu nem sabia que ele tinha a senha. Ele viu conversas minhas com outros homens e mandou print para amigos dizendo que estava pensando em me matar. Ele pretendia me matar”, disse.
Vitória Bárbara afirmou que as últimas palavras de Carlos antes de se jogar foram: “Você duvida?”. “Tinha gente do lado, até tinha como alguém segurar, mas ninguém teve reação. Eu estava perto da escada, não tinha como correr atrás dele. Foi muito rápido”, afirmou.
Família acusa Vitória
Já a família de Carlos culpa Vitória pelo incidente. Segundo a irmã dele, a mulher é manipuladora e se aproveitava financeiramente da situação.
“Carlos estava praticamente falido. Ela consumia ele financeiramente. A viagem foi ele que bancou, porque era um sonho dela. Ele surtou. Ela nunca vai admitir isso, mas ela é responsável pelo o que aconteceu. Ela não jogou ele, mas quem fez ele chegar a esse ponto foi ela”, disse Christiane Mota.
“Quando ele viu aquelas mensagens, a raiva dele era tão grande que ele queria fazer alguma loucura”, afirmou.
O passageiro do cruzeiro caiu no mar a 40 quilômetros de distância do ponto mais próximo de terra, a Ilha de Alcatrazes, na região de São Sebastião.
Show de Alexandre Pires
O navio em que ele estava deixou o Porto de Santos, no litoral sul paulista, na tarde de sexta-feira (29/12), e navegava em direção a Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
Por uma semana, a Marinha usou o Navio-Patrulha “Maracanã”, embarcação com 54 metros de largura e com autonomia para permanecer no mar durante 10 dias, à procura de Carlos, até desistir de encontrá-lo agora.
A queda do passageiro aconteceu minutos antes do horário marcado para o show do cantor Alexandre Pires, uma das principais atrações do cruzeiro. A apresentação foi cancelada após a informação do desaparecimento.
“Meus sentimentos aos familiares e amigos da pessoa que caiu no mar, da varanda de sua cabine, durante o cruzeiro do MSC Preziosa, por volta da 0h30 de hoje (30/12). Peço a Deus que conforte o coração de todos neste momento”, disse o cantor, na ocasião.
Antes do episódio, o cruzeiro recebeu um show da banda Paralamas do Sucesso.
Cruzeiro
Com 4,3 mil turistas a bordo no momento do episódio, o MSC Preziosa apresenta diversas acomodações, suítes luxuosas e cabines com varandas. Segundo a colunista do Metrópoles Fabia Oliveira, os passageiros que viajavam na primeira classe precisaram desembolsar entre R$ 25 mil e R$ 120 mil.
Antes da viagem atual, o navio havia recebido o cruzeiro “Ney em Alto Mar”, do jogador Neymar.
O itinerário previa que a embarcação passasse por Angra dos Reis, Búzios e Rio de Janeiro, de onde os passageiros acompanhariam o show de fogos na virada do ano. O retorno a Santos aconteceu no dia 2 de janeiro.