Márcio França usa tragédia para discursar contra privatização do porto
Em evento sobre a tragédia no litoral de SP, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, discursou sobre o Porto de Santos ser público
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – Os ministros Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Márcio França (Portos e Aeroportos) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas) se reuniram nesta sexta-feira (24/2), no Porto de Santos, com prefeitos do litoral paulista, para ouvir demandas dos gestores municipais após as fortes chuvas que causaram estragos e mortes na região. França iniciou a coletiva de imprensa, após o encontro, com um discurso sobre o aspecto público do porto.
“Nós estamos dentro do Porto de Santos, que é o maior equipamento público federal que existe aqui no litoral de São Paulo”, afirmou o ministro de Portos e Aeroportos.
França afirmou que o governo federal está “verificando a chance de algum duto da Petrobras ter sido prejudicado” pelos deslizamentos. Na terça-feira (21/2), a Petrobras divulgou que o sistema de oleodutos que liga os terminais de São Sebastião e Cubatão sofreram avarias.
“Se houver essa situação [oleodutos prejudicados], durante um período, parte dos navios da Petrobras não vão poder parar em São Sebastião, vão ter que parar aqui no Porto de Santos, que é um porto público. Mais uma vez a gente reforça a necessidade de ter um porto público. Se não tivesse um porto público, muitas vezes não teria como colocar um navio da Petrobras aqui nesse instante”, disse França.
De acordo com o ministro do governo Lula, um navio da Petrobras tem preferência em relação a outras operações e, em casos como esses, poderia ser necessário interromper os serviços do porto.
“Por isso que tem que ter um porto público, porque senão você fica desabastecido de gasolina e óleo diesel em todo o estado de São Paulo. Imagina como seria o caos disso”, afirmou o ministro.
Privatização do Porto de Santos
Uma proposta de leilão do Porto de Santos estava em andamento no mandato de Jair Bolsonaro (PL), que encaminhou uma minuta do edital de concessão para o Tribunal de Contas da União (TCU).
A privatização da área também é defendida pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que tenta convencer o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), e outras alas do governo federal.