Marçal explica debate “paz em amor” e elogia Tabata: “Guerreira”
Candidato do PRTB também disse que, a partir de agora, vai abandonar o apelido “Boules”, que usa para se referir a Guilherme Boulos
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — Após o debate do SBT, o candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, explicou por que decidiu abandonar a postura agressiva adotada em debates anteriores. Em entrevista coletiva no início da tarde desta sexta-feira (20/9), ele disse que a rejeição faz parte do processo para se tornar conhecido e que, a partir de agora, comentários sobre adversários são “página virada”.
“Como que faz para ser muito amado sem ser rejeitado? Olha para Cristo. Ele foi rejeitado por todo mundo. Hoje é uma das figuras mais amadas do mundo. Ou seja, a rejeição faz parte de um processo onde as pessoas começam a te dar atenção. Eu fiz isso aqui intencionalmente para chegar aqui. Eu não tenho um real de dinheiro público”, afirmou Marçal
“A partir de agora, não esperem nem comentário meu sobre quem está atrás de mim nas pesquisas. Porque eu já mostrei o desequilíbrio de todos. Eu, de fato, viro a página aqui estando no SBT”, complementou o candidato.
Acusado por adversários de fazer provocações e ataques pessoais durante a campanha, Marçal chegou a pedir perdão aos espectadores durante o debate. Conforme antecipado a aliados em jantar na última quarta-feira (18), o influenciador fez uma série de acenos às mulheres, tentando superar sua rejeição entre o eleitorado feminino.
Após o debate, Marçal elogiou Tabata Amaral (PSB) e disse que as mulheres estão “dando show” na eleição.
“Até quero fazer um elogio para a candidata do PSB. Ela é a mais corajosa de todo mundo ali. Ninguém dos homens tem coragem de dirigir a palavra para mim. […] Fica meu registro aqui à candidata guerreira, que é corajosa. As mulheres estão dando um show nessa eleição.”
Durante a pré-campanha, Marçal disse que Tabata seria a culpada pelo suicídio do próprio pai. Nas últimas semanas, o candidato havia começado a chamá-la de “chatábata”.
Enquanto elogiava a adversária após o debate, Marçal ainda disse que não vai mais se referir a Guilherme Boulos (Psol) como “Boules”, apelido criado após uma mulher cantar um trecho do hino nacional usando linguagem neutra durante um evento do candidato.
“Você que é de esquerda raiz vote nela, não vote no Boulos. Vote nela, porque ela é guerreira. Está gastando só R$ 14 milhões de dinheiro público. Vote nela e esqueça o ‘Boules’. Desculpa, vou falar dele com o nome certo a partir de agora, esqueça o deputado”, disse.
Na entrevista, Marçal também adotou um tom mais brando em relação aos jornalistas. O candidato deu risadas enquanto respondia perguntas e disse que a imprensa vai começar a gostar dele.
“Eu estou olhando para vocês com outro olhar. Vocês vão começar a me amar. Ver o olhar da imprensa te amando não tem preço”, disse.
“Pela primeira vez eu vi o olhar dos jornalistas de respeito”, afirmou ele em seu perfil no Instagram minutos depois.
Rejeição
A mudança de postura de Pablo Marçal ocorre enquanto o candidato do PRTB assiste à rejeição aumentar. Pesquisa Datafolha divulgada nessa quinta-feira (19) mostrou que o índice de pessoas que não votaria no influenciador em nenhuma circunstância cresceu 17 pontos percentuais em seis semanas, chegando a 47%. Marçal é o mais rejeitado.
O candidato também apareceu estagnado na pesquisa, na terceira colocação, com 19% das intenções de voto. À frente dele aparecem o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), com 27%, e Guilherme Boulos (Psol), com 26%, empatados na margem de erro.
Confira o levantamento completo do Datafolha:
- Ricardo Nunes (MDB): 27%
- Guilherme Boulos (PSol): 26%
- Pablo Marçal (PRTB): 19%
- Tabata Amaral (PSB): 8%
- José Luiz Datena (PSDB): 6%
- Marina Helena (Novo): 3%
- Em branco/nulo/nenhum: 6%
- Não sabem/não responderam: 3%