Mapa de calor ajudou PM a prender GCM que matou secretário em Osasco
Aparelho utilizado pela PM ajudou a confirmar pelas ondas de calor que apenas o GCM se movimentava dentro da sala da prefeitura local
atualizado
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São Paulo — Um mapa de calor ajudou a Polícia Militar (PM) a prender o guarda civil municipal Henrique Marival de Sousa, que matou a tiros o secretário-adjunto de Segurança e Controle Urbano de Osasco Adilson Custódio Moreira, durante reunião realizada na sede da prefeitura da cidade.
O coronel da PM Valmor Racorti, comandante do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), responsável pela operação policial, o aparelho detector de vida demonstrou que havia apenas uma pessoa viva dentro do ponto crítico, confirmando que a vítima já estava em morta.
Durante as negociações, o GCM confessou ter atirado na vítima. Assim que o advogado solicitado por ele chegou ao local, informou à equipe de negociação que seu cliente havia admitido que a vítima já se encontrava sem vida. Após a negociação, o GCM se entregou às autoridades.
De acordo com o depoimento, obtido pelo Metrópoles, 17 membros da Guarda Civil foram convocados pelo secretário-adjunto Adilson Moreira para uma reunião na sede da Prefeitura de Osasco, às 15h dessa segunda. O intuito era anunciar as mudanças na composição das equipes – ou seja, quem continuaria na segurança pessoal dos dignitários da prefeitura e quem voltaria aos quadros da Guarda Civil Municipal.
Henrique Marival de Sousa integrava a equipe de segurança da então primeira-dama, Aline Lins, esposa do ex-prefeito Rogério Lins (Podemos). Por isso, quando foi anunciado que voltaria aos postos da Guarda Civil Municipal, Henrique ficou “inconformado”, segundo o depoente. O guarda civil chegou a dizer à testemunha que não achava justa a alteração. No entanto, de acordo com o testemunho, embora “irresignado”, Henrique “não aparentava estar exaltado para além do normal”.
Como já noticiado pelo Metrópoles, Adilson Moreira anunciou, ao fim da reunião, que poderia receber, em particular e separadamente, aqueles que quisessem tratar de algum assunto pessoalmente com ele. O depoente, por ser da classe especial da Guarda Civil, foi um dos primeiros a se reunir em particular com o secretário. Henrique acabou ficando entre os últimos.
Após a reunião, a testemunha se despediu dos colegas. Quando Henrique foi, então, recebido por Adilson, o depoente já havia saído da prefeitura. Minutos depois, via ligação telefônica, tomou conhecimento dos disparos de arma de fogo e voltou ao local.
Segundo ele, que afirmou só ter contato de natureza profissional com o atirador, Henrique era uma “pessoa pacata”.
O guarda civil Henrique Marival de Sousa foi detido no local. O suspeito e a vítima permaneceram por aproximadamente uma hora e meia trancados dentro da sala onde ocorreu a reunião, após Henrique ter montado barricadas no local. Pelo menos 10 tiros de arma de fogo foram disparados.
De acordo com um familiar do secretário, ouvido pelo Metrópoles, Adilson foi atingido por seis disparos — cinco no tronco e um na parte traseira da cabeça. No entanto, o resultado da perícia da Polícia Civil ainda não foi divulgado oficialmente.
Segundo o coronel da PM Valmor Racorti, comandante do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar, a apuração inicial já indicava que a motivação para os disparos seriam desavenças profissionais e pessoais.
A Polícia Civil apreendeu a arma do crime, uma pistola Taurus, calibre .40, acompanhada por dois carregadores, um coldre e diversos cartuchos; oito estojos e quatro fragmentos de projéteis; o celular de Henrique e um simulacro de arma de fogo, encontrado na mochila do atirador, que estava dentro do seu carro. Além disso, foi apreendida uma arma calibre .40 na residência de Adilson Moreira.
O caso foi registrado como homicídio e localização/apreensão de objeto no 5º Distrito Policial de Osasco.
Quem é o atirador
Henrique Marival de Sousa é Guarda Civil de 1ª Classe do município e integra o órgão desde 2015.
Segundo apurou o Metrópoles, Marival é tido como uma pessoa tranquila. Ele é casado e tem uma filha.
Sepultamento
Adilson foi sepultado na tarde desta terça-feira (7/1), no Cemitério Bela Vista, em Osasco, na Grande São Paulo. Amigos, parentes e colegas — integrantes da GCM de Osasco — participaram da cerimônia.
Os dois cavalos de estimação do secretário, Ventania e Casca de Bala, foram levados às cerimônias de velório e sepultamento. Veja o vídeo:
De acordo com um familiar do secretário, ouvido pelo Metrópoles, Adilson foi atingido por seis disparos — cinco no tronco e um na parte traseira da cabeça. No entanto, o resultado da perícia da Polícia Civil ainda não foi divulgado oficialmente.
Quem era o secretário
Adilson Custódio Moreira nasceu em 12 de janeiro de 1971 na cidade de Jequitinhonha, em Minas Gerais.
Aos 6 anos de idade, mudou-se para Cabreúva, no interior de São Paulo, lugar onde estudou e iniciou a vida profissional, trabalhando em lavouras e indústrias.
Ele chegou a Osasco no ano de 1988 e montou uma empresa de motoboys, com a qual ficou até 1992, mesma época em que prestou concurso público na Prefeitura de Osasco para o cargo de Guarda Municipal. Tornou-se classe distinta por meio de um concurso interno.
Na Guarda Civil, iniciou os trabalhos como motorista de viaturas; efetuou patrulhamento em motos; trabalhou como Ronda Oficial; auxiliou e atuou em 2001 na implantação do Canil da Guarda Civil; e coordenou o setor de transportes e trabalhos de reestruturação predial da Guarda Civil. Também atuou para a instalação da academia que se encontra na sede da Guarda Civil. Recentemente, em conjunto com a equipe da Guarda Civil, ajudou a delinear o projeto de reestruturação do Plano de Cargos e Carreira da GCM.
Adilson Custódio Moreira se tornou secretário de Segurança e Controle Urbano de Osasco em junho 2018. Saiu do cargo em 2019, quando o atual titular da pasta, José Virgolino de Oliveira, assumiu o cargo. A partir de então, Adilson passou a ser secretário-adjunto.
Tiros na Prefeitura de Osasco
A Prefeitura de Osasco, na região metropolitana de São Paulo, foi alvo de tiros durante a tarde dessa segunda-feira.
Um guarda ficou na sala e na sequência, segundo relatos de pessoas presentes na prefeitura, disparos foram ouvidos dentro do cômodo. O suposto autor dos tiros teriam trancado a porta e impedido os funcionários de entrarem para entender o que estava acontecendo.
Prisão preventiva
Após audiência de custódia, realizada nesta terça-feira (7/1), foi convertida em preventiva a prisão em flagrante do guarda civil Henrique Marival de Sousa, que matou a tiros o secretário-adjunto Adilson Custódio Moreira, nessa segunda-feira (6/1).
O GCM estava “inconformado” com alterações na composição das equipes de segurança pessoal do prefeito e da primeira-dama, em virtude da nova gestão na prefeitura a partir deste ano. A informação foi relatada à polícia por outro guarda civil, que testemunhou o ocorrido.