“Maníaco do Parque Toronto”: mulheres criaram rede de informações e mudaram rotina
“Maníaco do Parque”, de apenas 18 anos, confessou ataques a mulheres; ele agredia as vítimas com chineladas, tapas e mordidas nas nádegas
atualizado
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São Paulo – Os ataques quase que diários a mulheres que frequentavam o Parque Toronto, na zona norte da capital paulista, fizeram vítimas e moradores da região de Pirituba criarem uma rede de informações em grupos de WhatsApp e no Facebook para tentar identificar e ajudar na prisão do “Maníaco do Parque”.
Ele foi preso nessa quarta-feira (28/6), por agentes da 9ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). O tarado, de apenas 18 anos, perseguia as vítimas, dava tapas, chineladas, apertões, mordidas e beijos, sempre na região das nádegas, ou tentava beijá-las à força, causando lesões corporais.
O clima de medo e terror fez com que algumas mulheres deixassem de frequentar o local, mudando inclusive suas rotinas, com medo de encontrar o criminoso durante a prática de atividades físicas.
E não era para menos. A força usada por ele fez com que as marcas ficassem por 15 dias em uma das vítimas. Outra, segundo a polícia, ficou quatro dias sem conseguir andar. Há o caso de uma vítima que passou a desenvolver crises de pânico.
Nas mensagens, foi cogitado, segundo apurado pelo Metrópoles, em se fazer justiça com as próprias mãos, já que as investidas do tarado começaram em janeiro.
O nome dele não foi divulgado para preservar os familiares e não comprometer a investigação.
Assim que chegou à delegacia, o “Maníaco do Parque” demonstrou aparente quietude e suposta inocência, de acordo com a delegada Patrícia Vaiano Mauad, titular da 9ª DDM. Conforme foi sendo interrogado, porém, “mostrou quem era” e confessou os ataques.
“Sabia o dia que atacou cada menina e a forma. Ele tem isso gravado na memória. Fiquei bem impressionada com isso”, afirmou a policial ao Metrópoles, nesta quinta (29).
Veja o vídeo produzido pela Polícia Civil:
Após confessar os ataques, o rapaz acrescentou à polícia estar arrependido. Ele chegou a sugerir que gostaria de se desculpar com as vítimas.
“Os ataques ocorriam entre 18h e 21h, segundo os boletins de ocorrência registrados. Ele não tem um perfil de vítima. Ele olhava, se interessava e seguia. Não importava com quem fosse”, acrescentou a delegada.
Motivação
Ainda em seu depoimento, o maníaco afirmou à polícia que atacava as mulheres pelo fato de “não se controlar” ao vê-las. Resultado, segundo ele, do consumo compulsivo de conteúdo pornográfico.
“A satisfação e adrenalina que ele sentia na fuga o deixava saciado e o motivava a voltar. Ele estava indo praticamente todos os dias [ao parque]”, afirmou a delegada titular.
Pelo fato de agredir as vítimas, a polícia conseguiu convencer a Justiça a decretar a prisão temporária de 30 dias do rapaz, que foi indiciado por seis crimes. Outras quatro vítimas, já identificadas, se negam ir à delegacia para prestar depoimento.
A polícia pede para que pessoas que sofreram ataques no parque procurem a 9ª DDM. Quanto mais vítimas o reconhecerem, mais robustez terá o inquérito instaurado contra o maníaco: “Isso é importante para tirar ele da rua.”