Mãe usa bateria de acendedor de cigarros para salvar filha no apagão
Após queda de energia em São Paulo, jovem com doença rara sobreviveu por meio de gambiarra em carro feita pela própria mãe
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — Um intenso apagão atinge a região metropolitana de São Paulo, provocado por um temporal, desde a última sexta-feira (11/10). Em meio ao caos, uma mãe aflita usou a bateria do carro para salvar a própria filha.
Com uma doença rara, a jovem depende de aparelhos ligados o tempo todo. No desespero, foi uma gambiarra com o acendedor de cigarros que gerou a energia mínima para manter a menina respirando, na cidade de São Bernardo do Campo, no ABC.
Luciana Nietto, de 47 anos, cuida constantemente da filha, Heloísa, 18, que depende de um respirador contínuo. Se ficar mais de 10 segundos sem ventilação, a jovem pode morrer devido às sequelas causadas pela atrofia muscular espinhal (AME).
Durante o apagão em São Paulo e a falha no abastecimento de luz pela Enel, a situação ficou desesperadora. “Depois de 22 horas sem energia elétrica, o no-break não estava aceitando o respirador. O jeito foi ligar com várias extensões no acendedor de cigarros”, indignou-se.
“Cliente prioritária”, mãe não foi atendida
Outros aparelhos essenciais, como o concentrador de oxigênio e o aspirador de secreção, também ficaram sem força. Luciana, que é classificada como cliente prioritária pela companhia, ficou horas sem resposta e previsão de retorno das ligações. Na casa da família, a energia só foi restabelecida no sábado (12/10), à tarde.
Apagão em São Paulo
O balanço mais recente da concessionária Enel aponta que cerca de 500 mil instalações da região metropolitana de São Paulo continuam sem luz desde a noite de sexta-feira (11/10). A distribuição de energia elétrica foi afetada em bairros da capital, Cotia, Taboão da Serra e São Bernardo do Campo.
Nesta segunda-feira (14/10), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, deu prazo de três dias para que Enel restabeleça o fornecimento de energia em todo o estado. O grupo italiano há cerca de seis anos é dono da antiga companhia Eletropaulo, privatizada em 1998.