Mãe esquartejou filha e guardou na geladeira por vingança, diz família
Irmã de suspeita de matar a própria filha na zona sul de SP aponta possível vingança contra o ex-companheiro da mulher como motivação
atualizado
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São Paulo — A irmã de Ruth Floriano, mulher acusada de esquartejar e esconder na geladeira a própria filha, Alany, de 8 anos, disse ao Metrópoles, nesta terça-feira (29/8), suspeitar de uma possível vingança contra o ex-companheiro e pai afetivo da menina como motivação para o crime. Ruth foi encontrada por policiais no último sábado (27/8) e teve a prisão preventiva decretada.
A tia da vítima, que não quis se identificar, contou que soube do crime por meio da cunhada de Ruth, que já estava na delegacia. Ela visitava a irmã e a sobrinha “sempre que podia, em festas, almoços e finais de semana”.
“Não consigo acreditar até agora, é como se eu quisesse que fosse mentira”, afirmou. A mulher disse sentir “impotência e raiva ao mesmo tempo”.
Em relação à motivação para o crime, a irmã aponta suposta vingança de Ruth contra o ex-companheiro. Apesar de não ser o pai biológico de Alany, o homem “amava, cuidava e zelava por ela”, disse a tia da vítima.
“Ela fez para atingi-lo e atingiu. Mexeu com a estrutura dele e de toda a família”, afirmou a irmã da suspeita.
A própria suspeita apresentou uma versão semelhante, mencionando a relação com o ex-companheiro. Entre os dias 8 e 9, ela disse que usou drogas e “decidiu matar a filha por não aceitar a separação”.
Em depoimento à polícia, o ex-companheiro relatou que terminou o relacionamento com Ruth em março. Desde então, tinha pouco contato com a criança. Segundo ele, o último contato aconteceu por videochamada, e a mulher teria dito que “ela não era sua filha e não era para ele se preocupar, pois havia entregado a criança para o pai verdadeiro”.
Prisão em flagrante
Os policiais chegaram ao bairro Aracati, na zona sul de São Paulo, após serem informados por testemunhas de que o corpo de uma criança havia sido encontrado dentro de uma geladeira. Elas apontaram a suspeita do crime. Os PMs não a encontraram em casa, já que a mulher tinha saído para outro bairro, na zona leste, para conversar com o ex-companheiro.
Os militares localizaram a mulher no endereço informado – ela estava discutindo com o homem. Ao ver os policiais, a suspeita teria dito: “Não fui eu”. No entanto, não havia sido questionada sobre o crime.
Levada à delegacia, ela teria confessado o crime com frieza. A mulher alegou, inicialmente, que havia conhecido homens por meio de aplicativos de relacionamento e que, durante um desses encontros, teria usado drogas e dormido. Depois, ela conta que acordou, viu a filha morta e “não soube o que fazer”, momento em que teria decidido colocar o corpo da criança na geladeira, há aproximadamente um mês.
Segundo a mulher, a criança estava no banheiro escovando os dentes quando foi atacada por ela com uma faca.
O corpo foi esquartejado horas depois, ainda de acordo com a suspeita. A mulher mudou de endereço, mas, segundo testemunhas que ajudaram na mudança, a geladeira estava pesada, embalada com um lençol, e foi preciso ao menos quatro pessoas para o transporte do eletrodoméstico, situação que chamou a atenção do atual namorado e da sogra da suspeita.
Nesse sábado (26/8), a mulher deixou a chave de casa com a família do namorado e foi até a zona leste para falar com o ex-marido. A sogra dela suspeitava de armas ou drogas escondidas na geladeira e decidiu abri-la, momento em que encontrou o corpo da menina.
O caso foi investigado pela equipe do delegado Eder Vulczak, do 47° DP (Capão Redondo), como homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.