Atacado por Lula, Tarcísio nega ato político em evento com Campos Neto
Tarcísio deu jantar ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, após economista receber honraria da Assembleia Legislativa em SP
atualizado
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São Paulo – Após críticas públicas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) negou, nesta quarta-feira (19/6), qualquer motivação política por trás da homenagem ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na Assembleia Legislativa (Alesp), na semana passada.
“Fui lá [na Alesp] prestar a homenagem [a Campos Neto] como amigo, sem nenhuma conotação política”, declarou Tarcísio.
Campos Neto foi agraciado com o “Colar de Honra ao Mérito Legislativo”, maior honraria da Alesp, por indicação do deputado bolsonarista Tomé Abduch (Republicanos), vice-líder do governo Tarcísio na Alesp. Depois, o presidente do BC participou de um jantar dado por Tarcísio no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
Em entrevista à CBN nessa terça (18/6), Lula desferiu ataques à homenagem e disse que Tarcísio tem mais poder de interferência nas decisões do Banco Central do que o presidente da República.
“Tem mais do que eu. Não é que ele encontrou com o Tarcísio em uma festa. A festa foi do governo de São Paulo para ele. Certamente, porque o governador de São Paulo está achando maravilhosa a taxa de juros de 10,5%”, disse Lula.
Tarcísio disse que não comentaria os ataques de Lula, mas afirmou ter comparecido ao evento por “amizade” com o economista. Ele não fez menção ao jantar que deu a Campos Neto, logo após a cerimônia, com outros banqueiros, empresários e ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL), que o nomeou presidente do BC.
Na ocasião, segundo o jornal Folha de S.Paulo, Campos Neto teria desestimulado Tarcísio de concorrer à Presidência da República em 2026, mas sinalizou que aceitaria um eventual convite para ser ministro da Fazenda caso o governador decidisse entrar na disputa.