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Lucro cai e demissões sobem: como está a Sabesp pré-privatização

Balanço da Sabesp mostra que companhia aumentou gastos com pessoal por causa de demissões incentivadas, enquanto lucro caiu ao longo de 2023

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Cris Castello Branco/Governo do Estado de SP
Imagem colorida mostra estação de tratamento de água da Sabesp. A estrutura de concreto cinza na parede tem piso de gramado, em dia de céu encoberto - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra estação de tratamento de água da Sabesp. A estrutura de concreto cinza na parede tem piso de gramado, em dia de céu encoberto - Metrópoles - Foto: Cris Castello Branco/Governo do Estado de SP

São Paulo — O balanço trimestral da Sabesp, divulgado nessa quinta-feira (9/11), mostra que a companhia de abastecimento de água e coleta de esgoto que o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) pretende privatizar tem registrado queda do lucro ao longo do ano enquanto aumentou seus gastos com demissões para enxugar o quadro de funcionários.

No relatório divulgado ao mercado, a Sabesp informa que gastou, entre janeiro e setembro deste ano, 31% a mais com pessoal (R$ 684 milhões). Desse total, R$ quase 530 milhões foram para pagar as demissões dos empregados que aderiram ao Programa de Desligamento Incentivado (PDI) da estatal, lançado no primeiro semestre do ano.

O PDI da Sabesp teve as inscrições realizadas entre maio e julho. Após encerrá-las, a companhia disse que 1.862 funcionários haviam aderido ao programa. O cronograma de desligamentos está previsto para durar até junho do ano que vem. Atualmente, a Sabesp tem 11.606 empregados.

Quando o PDI foi lançado, a Sabesp disse que ele visava “a eficiência, simplificação e racionalização de processos, tornando a empresa mais moderna e competitiva no cenário do novo Marco Legal de Saneamento”.

Como mostrou o Metrópoles, a Sabesp registrou uma queda de 21,7% nos lucros no terceiro trimestre de 2023. Na comparação dos nove primeiros meses de 2023 com o mesmo período de 2022, o lucro da Sabesp caiu 5,7%, de R$ 2,48 bilhões para R$ 2,34 bilhões. Ainda assim, a companhia é considerada a “joia da coroa paulista” pela capacidade de financeira e abrangência — a Sabesp opera em 374 municípios paulistas.

Etapas da privatização

Tarcísio espera autorização da Assembleia Legislativa (Alesp) para vender as ações na empresa de modo a diminuir a participação do governo — hoje em 50,3% — para, no máximo, 30%. Com isso, o governo deixará de ser o acionista majoritário e controlador da companhia. O governador quer aprovar o projeto na Alesp ainda neste ano.

Em seguida, o governo deverá receber garantias das 375 cidades atendidas pela empresa de que os contratos com a Sabesp serão mantidos após a privatização — há cláusulas nesses contratos que liberam as prefeituras de manter o contrato caso o Estado perca o controle da empresa.

Vencidas essas etapas, a proposta de Tarcísio é criar golden shares, ações preferenciais da Sabesp, que serão exclusivas do governo e darão direito a veto em decisões do conselho gestor da companhia. As ações negociadas no mercado, segundo o governo, serão destinadas a atrair um único grupo financeiro, chamado “acionista preferencial”.

Na capital, a Câmara Municipal criou uma comissão de estudos para analisar o tema que pretende impor ao governo uma série de condicionantes para a manutenção do contrato com a Sabesp, que vão girar ao redor de garantias de investimentos novos em ações para coleta e tratamento de esgoto.

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