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Lollapalooza leva Interlagos ao topo do ranking de furto de celular em SP

Lollapalooza levou avenida do autódromo de Interlagos a liderar o ranking de furto de celular em SP no 2º bimestre, superando a Paulista

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Reprodução/Aftermovie Lollapalooza 2023
Público usa celulares para filmar artistas durante o Lollapalooza 2023
1 de 1 Público usa celulares para filmar artistas durante o Lollapalooza 2023 - Foto: Reprodução/Aftermovie Lollapalooza 2023

São Paulo — O festival Lollapalooza levou a Avenida Senador Teotônio Vilela, onde fica o Autódromo de Interlagos, ao topo do ranking de furtos de celular em São Paulo. Os números de março e abril da Secretaria da Segurança Pública mostram que a via superou, inclusive, a Avenida Paulista na lista de locais com mais crimes dessa natureza no período.

Foram 495 boletins de ocorrência por furto de celular registrados pela Polícia Civil nos dois meses na Teotônio Vilela, a via com mais crimes no período. Desses, 422 foram registrados nos três dias do Lolla, de 24 a 26 de março deste ano, no número 261 da Teotônio Vilela. O local é o endereço do Autódromo de Interlagos, onde foi realizado o festival.

Os shows começaram a partir do meio-dia, mas, mesmo expandindo a cobertura e levando em consideração as 72 horas dos três dias de evento, é possível afirmar que houve um furto a cada 10 minutos, em média, no endereço do autódromo, durante o Lolla.

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Jack Harlow, de Givenchy, e Lil Nas X, de Balmain
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Os números da Teotônio Vilela turbinados pelo festival desbancaram até o principal cartão-postal da cidade do topo do rakning de furto de celular na capital. Em março e abril, a Avenida Paulista teve 480 boletins de ocorrência desse crime, ficando em segundo na lista.

Como comparação, o Lolla teve, em apenas três dias, mais furtos de celular do que as avenidas Ipiranga, São João e Rio Branco, e Praça da República, somadas. Ao longo de dois meses, foram 416 registros nesses que são alguns pontos críticos da chamada “Cracolândia expandida”.

Em sites como o Reclame Aqui, pipocam queixas a respeito dos furtos de celular ocorridos durante o festival. Em uma das reclamações, uma pessoa diz que se movimentava entre um palco e outro no dia 24 de março, quando houve um tumulto na plateia da cantora Billie Eilish.

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Pitty passou por uma cirurgia de emergência e ficará de repouso por 10 dias
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“Ao tentar passar, senti que mexeram na minha bolsa e, quando olhei, minha bolsa lateral [tipo pochete] estava com o zíper rompido e aberta, sem meu celular”, contou a vítima, cujo celular roubado seria um iPhone 14 Pro Max 256 GB, avaliado em R$ 11 mil.

Muitas das pessoas que se queixaram na internet afirmaram que foram empurradas e, na sequência, perceberam que já estavam sem os telefones. A maioria criticou a falta de segurança e reconheceu a própria impotência em reaver o bem perdido.

No ano passado, segundo a IDC (International Data Corporation), o preço médio de um celular no Brasil era de R$ 1.878. Ou seja, em uma conta que não leva em consideração a desvalorização do telefone roubado e nem as eventuais transações bancárias feitas com os aparelhos, bandidos levaram só nesse tipo de produto quase R$ 800 mil depois de três dias de “ação intensa” no festival.

Investigação

Membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e analista criminal, Guaracy Mingardi afirma que, mesmo em grandes eventos privados, as autoridades públicas devem atuar.

Segundo Mingardi, a polícia precisa colocar no local jovens investigadores à paisana, infiltrados, capazes de identificar quem são os ladrões que estão atuando.

“Tem que ter gente lá dentro, em dupla ou trio. Um à vista do outro, mas não juntos. Quando notarem [o furto], dão o bote”, diz.

Resposta

O Metrópoles procurou a organização do Lollapalooza pelo email destinado à imprensa, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

Já a Secretaria da Segurança Pública afirmou que, em grandes eventos, o policiamento é intensificado e o esquema de segurança é estudado e definido previamente.

“Como exemplo, na 18º edição da Virada Cultural, no final de semana dos dias 27 e 28 de maio, as polícias Civil e Militar atuaram para garantir a segurança da população e recapturaram cinco foragidos da Justiça. A PM empregou 1,4 mil policiais e a Polícia Civil reforçou os plantões”, disse a pasta, em nota.

Segundo a SSP, em alguns eventos, a Delegacia de Atendimento ao Turista (Deatur) tem seus plantões reforçados para garantir o atendimento às pessoas. “Somente neste ano, a delegacia trabalhou em 23 eventos para fortalecer a segurança da população”, afirmou.

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