Líder da Mancha só se entregará após acesso a inquérito, diz advogado
Além de tentar localizar integrantes da Mancha, operação desta sexta (1º/11) cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços da torcida
atualizado
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São Paulo — O advogado Gilberto Quintanilha, que defende o presidente da Mancha Alvi Verde, Jorge Luiz Sampaio Santos, afirmou que o seu cliente só vai se entregar à polícia quando a defesa tiver acesso ao inquérito do caso.
Jorge Luiz é um dos líderes da torcida organizada procurados pela Polícia Civil nesta sexta-feira (1º/11). Ele e mais cinco integrantes estão envolvidos no caso da emboscada que matou um torcedor do Cruzeiro e deixou outros 11 feridos, no último domingo (27/10), na Rodovia Fernão Dias, trecho de Mairiporã, na Grande São Paulo.
Além dele, a polícia procura o vice-presidente, Felipe Matos Dos Santos, e os integrantes Leandro Gomes dos Santos, Henrique Moreira Lelis, Aurélio Andrade de Lima e Nélio Ferreira da Silva.
Os seis são alvo de mandados de prisão expedidos pela Justiça, que são cumpridos nesta sexta.
O advogado Gilberto Quintanilha afirmou à imprensa, em frente a sede do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), na zona oeste de São Paulo, que ainda não teve acesso à acusação policial.
A defesa do presidente da Mancha disse ainda que Jorge Luiz vai se entregar a depender do conteúdo da acusação policial.
Segundo ele, o pai de Jorge Luiz, Balbino Santos, de 72 anos, que compareceu à sede do Dope nesta sexta, estava ali para ser ouvido sobre itens apreendidos em sua residência, onde mora com o filho. ”Nada de relevante”, afirmou Quintanilha.
Balbino Santos falou com a imprensa quando chegou a sede do Dope. Segundo ele, “estão querendo jogar a culpa” nas costas do filho. “Ele é o presidente da Mancha, se dependesse da vontade do pai e da mãe, ele jamais seria torcida organizada, porque eu lutei para isso quando ele tinha 12, 13 e 15 anos, eu consegui tirar [o filho da torcida organizada]”, disse.
Operação
Nesta sexta, a Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo fazem uma operação para localizar os seis integrantes da torcida organizada.
As autoridades fizeram apreensões na capital paulista, em Taboão da Serra e São José dos Campos. Ao todo, são dez endereços alvos dos investigadores. Um deles é a sede da torcida organizada, na zona oeste de São Paulo.
Veja:
Participam do cumprimento das ordens judiciais policiais do Departamento de Operações Estratégicas (Dope), Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra), Grupo Especial de Reação (GER) e Antissequestro.
Segundo a delegada que coordena a operação, Fernanda Herbella, o objetivo é prender os alvos envolvidos no crime e coletar o maior número de provas que possam auxiliar na continuidade das investigações.
Nos endereços dos procurados, os policiais tentavam localizar três veículos identificados na cena do crime. Um Chevrolet Celta cinza foi apreendido, assim como celulares, computadores, roupas e armas usadas no ataque ao ônibus.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, as apreensões serão apresentadas na Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade).