metropoles.com

Líder do governo na Alesp diz que “tem sobrado” dinheiro na educação

Deputado Gilmaci Santos (Republicanos) afirmou que tem sobrado dinheiro nas secretarias do estado, incluindo pasta da educação

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação / Alesp
imagem colorida mostra deputado Gilmaci Santos. Ele está sentado, falando um microfone de uma mesa. é um homem grisalho, que usa óculos e veste terno preto com gravata azul - metrópoles
1 de 1 imagem colorida mostra deputado Gilmaci Santos. Ele está sentado, falando um microfone de uma mesa. é um homem grisalho, que usa óculos e veste terno preto com gravata azul - metrópoles - Foto: Divulgação / Alesp

São Paulo – O líder do governo na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), deputado Gilmaci Santos (Republicanos), afirmou nesta quarta-feira (13/11) que “tem sobrado” dinheiro na Secretaria da Educação e que a PEC do Manejo não impactará a pasta.

“Esses 5% que nós estamos votando agora não vai sair, vai ficar ‘girando’ nessas duas áreas. Então, você não está tirando dinheiro da educação. Se a educação precisar do dinheiro, esses 5% voltam. Mas, acredito que não vai precisar, porque nós temos visto que tem sobrado dinheiro em todas as secretarias municipais e no Estado de São Paulo também”, disse o deputado, em entrevista a jornalistas.

Questionado se os problemas de infraestrutura nas escolas, como o caso do teto que caiu em cima de uma aluna, não seriam um indício que faltam recursos na área, o deputado negou e insinuou que o cenário atual é culpa de gestões anteriores.

“Infelizmente, as escolas ficaram muito tempo sem reparos, sem infraestrutura, sem ter cuidado. O governo Tarcísio está cuidando, tem dinheiro pra isso. Vocês verão daqui uns dias o pacote que vai soltar para a educação, para reformar todas as escolas. Dinheiro não vai faltar”, afirmou.

8 imagens
Manifestantes na galeria da Alesp
Professora Bebel (PT) defendeu ilegalidade do projeto de lei apresentado pelo governo Tarcísio
Base do PT promete levar à Justiça  a chamada PEC do manejo em caso de aprovação
Deputado estuadual Major Meca (PL) durante votação da chamada PEC do Manejo
Policiais acompanham protesto de manifestantes na galeria da Alesp
1 de 8

PEC do Manejo avança na Alesp

Jessica Bernardo / Metrópoles
2 de 8

Manifestantes na galeria da Alesp

Jessica Bernardo / Metrópoles
3 de 8

Professora Bebel (PT) defendeu ilegalidade do projeto de lei apresentado pelo governo Tarcísio

Reprodução/Alesp
4 de 8

Base do PT promete levar à Justiça a chamada PEC do manejo em caso de aprovação

Reprodução/Alesp
5 de 8

Deputado estuadual Major Meca (PL) durante votação da chamada PEC do Manejo

Reprodução/Alesp
6 de 8

Policiais acompanham protesto de manifestantes na galeria da Alesp

Assessoria de Comunicação do PT Alesp
7 de 8

Estudantes fazem protesto na Alesp

Assessoria de Comunicação do PT Alesp
8 de 8

Estudantes protestam durante votação da PEC do Manejo

Vitor Silva e Bruna Sampaio / UPES

Mais cedo, o secretário executivo da pasta, Vinícius Neiva, também afirmou que havia “sobra de recurso” na Educação para fazer investimentos, ao defender a proposta do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).

“Em virtude dessa vinculação orçamentária, das receitas orçamentárias, o nosso orçamento ainda cresce, que é justamente o conceito. Estou com menos alunos e uma despesa fixa, então sobra recurso pra você fazer investimento”, afirmou Neiva.

O que é a PEC do Manejo

Aprovada em primeiro turno pelos deputados da Alesp nesta quarta, a PEC do Manejo prevê diminuir o percentual mínimo de gastos obrigatórios do governo estadual com educação de 30 para 25%. A proposta flexibiliza os 5% restantes, permitindo que o governo possa utilizar o percentual com gastos da saúde. Com isso, até R$ 11, 3 bilhões poderão ser retirados da educação paulista.

A repercussão do projeto

Para o deputado Carlos Giannazi (PSol), a mudança vai na contramão das necessidades da área e é um retrocesso.

“O governo já vem fechando as salas de aula, militarizando as escolas, privatizando, implantando uma série de projetos contra a educação do Estado de São Paulo. É um atentado criminoso também à Constituição Estadual, que foi fruto de uma Assembleia Estadual Constituinte em 1989. É um dos maiores retrocessos da história do Estado de São Paulo”, afirma o deputado.

A redução do percentual obrigatório destinado à educação é criticada por especialistas e autoridades no tema.

Para Gabriele Estábile Bezerra, coordenadora do Núcleo Especializado da Infância e Juventude da Defensoria Pública de São Paulo, o projeto recai em inconstitucionalidade ao retroceder em um direito conquistado.

“Juridicamente falando, seria possível a propositura de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) [contra a PEC]”, diz a defensora. Gabriele explica, no entanto, que não há nenhuma decisão tomada dentro do Núcleo de Infância e Juventude neste momento sobre a judicialização do tema.

Parlamentares da oposição e o Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp) já afirmaram que acionarão o Tribunal de Justiça contra a proposta, caso ela seja aprovada e sancionada.

Gabriele diz que a retirada dos recursos pode impactar na infraestrutura das escolas e na carreira dos professores, com resultados diretos na qualidade das unidades de ensino e no atendimento aos estudantes mais vulneráveis. “Podemos ter uma evasão ainda maior”.

O Núcleo de Infância e Juventude publicou um parecer contrário à PEC, em que cita a entrevista do vice-presidente da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação (Fineduca), José Marcelino Rezende Pinto, ao Metrópoles, em 2023.

Na época, quando a proposta foi apresentada pelo governo Tarcísio na Alesp, o professor afirmou que a PEC seria a “pá de cal” na educação básica paulista, dificultando que as metas da educação sejam atingidas.

Quando a PEC entrará em vigor

A proposta ainda precisa passar por votação no segundo turno e ter a sanção do governador para virar lei. A expectativa do governo é de que a próxima votação aconteça até a primeira semana de dezembro.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSão Paulo

Você quer ficar por dentro das notícias de São Paulo e receber notificações em tempo real?