Líbio é preso por tráfico após troca de etiquetas em aeroporto de SP
Etiquetas com os nomes de Ahmed Hasan e sua mulher foram colocadas em bagagens com 43 quilos de cocaína no Aeroporto de Guarulhos
atualizado
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São Paulo — Em mais um caso de tráfico de drogas no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na região metropolitana, o empresário líbio Ahmed Hasan, de 37 anos, foi preso injustamente após ter a etiqueta com seu nome colocada em bagagens que seguiram para a Turquia com 43 quilos de cocaína.
O caso de Ahmed, que tem cidadania brasileira, e sua esposa, Malak, foi revelado pelo Fantástico, da TV Globo, nesse domingo (30/10). O programa exibiu imagens da apreensão de duas malas com a droga.
Segundo a reportagem, Ahmed e a mulher embarcaram para Istambul no dia 22 de outubro de 2022. Eles desembarcaram, pegaram suas malas e deixaram o local normalmente. Alguns dias depois, foram para a Líbia.
Em maio deste ano, contudo, ao viajar sozinho para a Turquia, Ahmed foi preso. “Ela [uma advogada turca] disse que eu estava sendo acusado de tráfico internacional de drogas. Eu me assustei, quase morri. Foi um choque enorme para mim”, disse.
Ele não sabia, mas as malas com os 43 quilos da droga, e com as etiquetas que tinham seu nome e o de sua mulher, tinham sido despachadas de Guarulhos no dia 26 de outubro de 2022 —quatro dias depois que o casal tinha deixado o Brasil. Quando as bagagens com as etiquetas trocadas chegaram a Istambul, foram interceptadas pela polícia turca.
A Polícia Federal do Brasil foi informada sobre o caso e entrou na investigação. A suspeita é de que a retirada de etiquetas para uso posterior em outras bagagens aconteceu depois que um ônibus de passageiros vai para um galpão do aeroporto onde não há câmeras de segurança. Uma movimentação suspeita foi notada na mesma noite em que Ahmed e a mulher viajaram.
Para a PF, não há indícios de envolvimento do líbio com o despacho da cocaína para a Turquia.
O julgamento de Ahmed em Istambul está marcado para o dia 30 de novembro. Ele contratou para sua defesa a advogada Luna Provázio, a mesma que defendeu as brasileiras Jeanne Paollini e Kátyna Baía, que foram presas na Alemanha este ano após terem as etiquetas trocadas em Guarulhos. Elas foram soltas após quase 40 dias.
“Espero que tudo isso acabe no dia 30 de novembro. Eu não consigo mais ficar sem ver a minha família, não consigo tocar direito meus negócios”, disse Ahmed à TV Globo.