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Líbano: moradores de SP veem famílias deixarem casas após bombardeios

Bombardeios feitos por Israel no Líbano em meio a confronto com Hezbollah preocupa moradores de SP que tem familiares no país

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1 de 1 libano sp (1) - Foto: Arquivo Pessoal

São Paulo — Libaneses e descendentes que moram em São Paulo acompanham de longe, e com muita preocupação, a escalada da guerra que se instaurou no país do Oriente Médio. Na última semana, Israel intensificou os ataques contra o grupo Hezbollah, com bombardeios e incursão terrestre. Até terça-feira (1º/10), mais de mil pessoas morreram no Líbano, segundo as autoridades.

Cerca de 40 familiares do comerciante Louay Alame, de 26 anos, tiveram de deixar o prédio onde moravam, em Adloun, no sul do Líbano, uma das regiões que mais sofreu com os ataques do exército israelense.

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Moradores de SP recebem de familiares registros dos ataques no Líbano
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“A gente conseguiu mandar um dinheiro pra eles, deu um jeito, e eles saíram da cidade rapidamente. Graças a Deus, eles não foram acertados no caminho. Teve muito lugar em que caíram bombas em carros e estradas. Foi um ataque bem abrangente e muito rápido”, disse Louay, que nasceu no Líbano e mora na capital paulista desde 2007 — cidade que concentra a maior comunidade libanesa fora do país.

O comerciante contou que seus tios e primos, entre crianças e adolescentes, estão abrigados em escolas e hospitais — poucos conseguiram casas para ficar, segundo ele. “Muita gente tem ficado nas ruas em Beirute [capital do Líbano], porque não tem lugar para ir. É uma situação complicada, ter que sair da sua casa para ficar em lugares públicos”, afirmou.

Mesmo com os familiares ilesos aos bombardeios, Louay disse que a parte brasileira da família não deixa de ficar preocupada, e lamenta as mortes dos civis. “Ações radicais têm que ser tomadas para parar essa guerra. É uma tristeza ver o mundo inteiro assistindo, falando e não fazendo nada”.

Paulistana e descendente de libaneses, Dina Dargham, de 34 anos, descreveu a angústia de receber diariamente os relatos dos familiares que moram em Sultan Yakoub, cidade localizada no Vale do Bekka, um dos principais alvos das ofensivas de Israel.

“Você imagina que, a qualquer momento, não vai ter contato com mais ninguém. Imagina como vai ser a distribuição de alimentos, de medicamentos, o atendimento para essas pessoas, familiares, amigos e os que ali vivem. A gente fica sem chão”, disse a consultora de negócios internacionais.

Dina tem avós, tios, primos, além do pai, que também brasileiro, vivendo no Líbano. Um dos tios dela teve de deixar sua cidade com dois filhos pequenos, para ser acolhido com o resto da família, que ainda não teve a vizinhança atingida pelos bombardeios.

“A gente vem tentando ajudar comerciantes da região a receber ajuda financeira, para poder suprir com alimentos, medicamentos e diesel, usado no aquecimento”, afirmou Dina. Ela relembrou quando esteve no Líbano durante a guerra de 2006. “Aquilo afeta a gente. Não só o psicológico, afeta tudo. A terra treme de um jeito que você não sabe o que está acontecendo”.

“A gente vê nas redes sociais muitas pessoas achando como se fosse um jogo. ‘Ah, tô torcendo para quem ganha’. E não existe um ganhador, existem só perdedores, porque os números só aumentam em questão de morte. Para quem tem um parentesco lá, isso dói muito, você vê que a pessoa não tem amor ao próximo. Nós sabemos o quanto nós já perdemos, e a gente não quer perder de novo”, afirmou Dina.

O governo federal, por meio da Força Aérea Brasileira (FAB), informou, nesta terça-feira (1º/10), que o avião usado na repatriação dos brasileiros presos no Líbano sairá do país nesta quarta-feira (2/10). Nessa primeira viagem, o Brasil espera resgatar 220 cidadãos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) autorizou o resgate na segunda-feira (30/9).

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