Lágrimas e abraços de jovens marcam velório de estudante morta
Estudante de 17 anos foi morta durante ataque a escola na zona leste de São Paulo; atirador deve passar por audiência de custódia nesta 3ª
atualizado
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São Paulo —Parentes e amigos de Giovanna Bezerra da Silva, de 17 anos, participaram, na manhã desta terça-feira (24/10), do velório da estudante, morta com um tiro na cabeça durante ataque à Escola Estadual Sapopemba, na zona leste da capital, na segunda-feira (23/10). Ainda transtornados com a tragédia, familiares da adolescente não quiseram dar entrevista.
O acesso ao Funeral Leste, onde o velório foi realizado, foi restrito à família e aos amigos. O corpo de Giovanna deixou o local por volta de 11h10 (veja abaixo) em direção ao Cemitério Nossa Senhora do Carmo, na Vila Curuçá, em Santo André.
Muitos jovens marcaram presença no velório. Muitos choravam e se abraçavam. Um grupo se concentrou na área externa, ao lado do estacionamento, em silêncio.
Professores da escola estadual também participaram do funeral. Por causa do forte esquema se segurança, alguns amigos da família enfrentaram dificuldade para entrar no velório. Vizinhos também quiseram prestar homenagens, mas foram barrados.
Os amigos da estudante programaram, para as 15h desta terça-feira, uma homenagem em frente à Escola Estadual Sapopemba.
Quem era a vítima
Giovanna havia conseguido seu primeiro emprego há um mês, gostava de jogar vôlei e sonhava em ser advogada.
Os pais da adolescente ficaram extremamente abalados com a tragédia e mal conseguiam falar sobre o caso, segundo Reinaldo Lopes, vizinho da família. Ao Metrópoles, ele disse que a aluna assassinada dentro da escola era “adorável”.
Giovanna era a caçula de um casal de irmãos e havia acabado de receber seu primeiro salário, como auxiliar de escritório, o que era motivo de orgulho para todos que acompanhavam seu crescimento.
Como foi o ataque
O ataque à escola estadual da zona leste ocorreu na manhã dessa segunda-feira. O atirador, um estudante de 16 anos do 1º ano do Ensino Médio, foi contido pela coordenadora pedagógica da escola e apreendido pela polícia minutos após o crime. Segundo alunos e o advogado dele, o adolescente sofria bullying por ser homossexual.
Câmeras de segurança da escola estadual registraram a chegada do adolescente armado com um revólver calibre 38, por volta das 7h30. Ele invade uma sala de aula e ameaça os estudantes, que gritam e saem correndo.
Com um tiro à queima-roupa, ele atinge a nuca de Giovanna no momento em que ela se preparava para descer uma escadaria. Outras duas alunas de 15 anos são baleadas — uma com um tiro na clavícula e outra na região do abdômen. Um quarto estudante fica ferido na mão após quebrar uma janela para fugir do ataque.
A Polícia Civil havia informado, inicialmente, que um segundo estudante estaria envolvido no crime e que ele teria fugido. No fim do dia, no entanto, essa versão perdeu força. Até o momento, segundo as investigações, as evidências são de que o adolescente agiu sozinho.