Justiça suspende reintegração de posse em prédio inacabado de Perdizes
Defensoria Pública obteve efeito suspensivo de ordem de desocupação de edifício na Rua Apiacás; cerca de 100 pessoas estão vivendo no local
atualizado
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São Paulo — A Justiça de São Paulo suspendeu a reintegração de posse de um edifício inacabado em Perdizes, zona oeste de São Paulo, que foi ocupado por cerca de 100 pessoas há 20 dias. O grupo de famílias vivia, anteriormente, em uma ocupação na zona norte da cidade, onde passou por outro processo de reintegração.
No dia 29 de abril, a Justiça havia determinado a desocupação imediata do prédio da Rua Apiacás, após pedido feito pela massa falida da Construtora Atlântica, a quem pertence o imóvel. Agora, representantes da ocupação, que é ligada à Frente de Luta por Moradia (FLM), conseguiram no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) o efeito suspensivo da reintegração.
A nova decisão foi confirmada ao Metrópoles pela Defensoria Pública.
O prédio de Perdizes é um dos empreendimentos da construtora Atlântica — empresa que, segundo as investigações, estaria envolvida em um esquema de golpes imobiliários em bairros nobres da capital. Com a falência da construtora em 2017, o edifício nunca chegou a ser finalizado.
Assim que ocuparam o prédio da Apiacás, os novos moradores construíram um muro ao redor do imóvel — o que foi classificado, na decisão judicial que determinou a reintegração de posse, como uma “ameaça aos vizinhos”.
O Metrópoles entrou em contato com a defesa da massa Falida da construtora Atlântica por telefone, mas não obteve retorno. O espaço permanece aberto.