Justiça solta suspeitos de matar idosa em casa durante fuga da polícia
Filha de Jandira Cardoso Da Silva, de 84 anos, acredita ela tenha sido agredida: “Minha mãe não tropeçou, não caiu. Mataram minha mãe”
atualizado
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São Paulo – Em audiência de custódia realizada nessa quarta-feira (29/11), a Justiça concedeu liberdade provisória aos suspeitos de matar uma mulher de 84 anos dentro da própria casa enquanto fugiam da polícia na noite da última terça-feira (28/11). Jandira Cardoso Da Silva foi encontrada morta pela polícia enquanto os suspeitos se escondiam dentro do carro dela.
Na ocasião, Edgar Gabriel Santos Andrade, de 22 anos, e Igor Da Conceição Ribeiro, de 19, foram presos em flagrante e indiciados por receptação e homicídio. Agora, vão responder em liberdade.
Segundo o registro da ocorrência, a perseguição começou porque eles estavam com uma moto que havia sido roubada na semana passada. Os suspeitos teriam entrado em uma casa vizinha à da idosa.
A proprietária do imóvel teria impedido a entrada dos PMs. Enquanto isso, segundo relatos de vizinhos, os suspeitos pularam o muro, entrando em casas adjacentes. Entre elas, a de Jandira.
À polícia, Edgar e Igor disseram que não se depararam com a idosa enquanto estavam dentro da casa dela. Os suspeitos alegam que não entraram na parte interna do imóvel. O caso foi registrado no 1º Distrito Policial de Taboão da Serra.
“Mataram minha mãe”
A versão apresentada pelos suspeitos é contestada pela filha da idosa, Raquel Pereira de Souza, que mora com a mãe, e havia saído de casa para jantar no momento do crime. Vídeos feitos na cena do crime mostram a casa completamente revirada. A mulher acredita que a mãe tenha sido agredida.
“Quando eu entrei, vi a blusa da minha mãe cheia de sangue no banheiro, um monte de remédio espalhado pelo chão, a mesa estava caída, tudo revirado. Minha mãe não tropeçou, não caiu da escada, ela não saiu de casa. Ela foi arrastada e agredida. Ela não ia aceitar que entrassem na casa dela. Houve um confronto. Mataram minha mãe, essa é a verdade”, diz Raquel ao Metrópoles.
Assista:
Segundo ela, os suspeitos provavelmente entraram na casa à procura da chave do carro, para que pudessem fugir. A chave, no entanto, não estava no local.
“Minha mãe deita no máximo 21h, ela já estava dormindo esse horário. Ela deve ter se assustado com o barulho e foi até a porta da cozinha ver o que tinha acontecido. Nisso, eles entraram”, afirma.
“O chinelo dela estava na porta da cozinha, apontado para fora da casa. Ela estava caída no banheiro. Como é possível? Ela só pode ter sido agredida”, completa Raquel.
Vizinhos problemáticos
Raquel afirma que, se a vizinha não tivesse impedido que a polícia entrasse em sua casa para perseguir os suspeitos, eles não teriam invadido a casa de sua mãe.
“Esse pessoal é um pessoal muito problemático, se envolve com coisas ilegais. Eu passei uns anos fora da casa da minha mãe. Voltei a morar lá justamente por conta de problemas com vizinhos. Eles não respeitam a vizinhança. Desde que voltei, já chamei a polícia três vezes por causa deles”, afirma.
“Para entrar na minha casa, só pelo fundo da casa deles. Se elas permitissem que a polícia entrasse em seguida, nada disso teria acontecido, disse.
Impunidade
“É uma barbárie na verdade. Houve um crime e simplesmente a pessoa sai pela porta da frente. A gente vê muita coisa assim no noticiário, e cada vez mais perto. Agora acontece na nossa família. É a impunidade que está imperando nesse país, se houvesse uma lei rigorosa nada disso aconteceria”, afirmou Raquel. “A polícia precisa investigar isso direito. O que aconteceu na minha casa foi um homicídio. Isso não pode ficar assim”.