Justiça proíbe marido de prefeita do interior de entrar na prefeitura
Segundo MP, marido de prefeita estaria usurpando as funções da esposa e exercendo de fato a administração da cidade
atualizado
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São Paulo – A Justiça concedeu uma liminar que proíbe o marido da prefeita de Auriflama, no interior de São Paulo, de acessar a sede da prefeitura da cidade.
A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público, que alega que Luiz Antônio Pereira de Carvalho tem “usurpado as funções da esposa e assumido de fato a administração de Auriflama”.
Pereira também está proibido de tratar de questões da administração pública municipal com qualquer agente público ou morador da cidade. Ele só pode atuar em assuntos ligados ao Fundo de Promoção Social do município, órgão do qual é presidente.
Luiz Antônio Pereira já foi prefeito por dois mandatos de Guzolândia, cidade vizinha a Auriflama.
De acordo com o Ministério Público, vereadores disseram em depoimento que é o marido da prefeita Katia Morita (MDB) que tem tratado, por exemplo, da assinatura de convênios com o Executivo, assim como de questões ambientais e fiscalização de frequência de servidores.
O MP aponta ainda que o ex-prefeito de Guzolândia é presença constante no gabinete da prefeitura de Auriflama, que fica em um prédio diferente do Fundo de Promoção Social.
A Justiça considerou que a situação prejudica a eficiência e celeridade na administração municipal.
“A atual gestão sequer estaria respondendo aos ofícios regularmente, inclusive da Promotoria de Justiça local, o que ensejou a instauração de procedimento criminal junto à Procuradoria-Geral de Justiça. (…) Também consta que as intimações do próprio Poder Judiciário não estariam sendo devidamente respondidas pela administração municipal”, diz a decisão publicada na última terça-feira (28/2).
Em nota publicada nas redes sociais, a prefeita de Auriflama, Katia Morita, afirmou que os “denunciantes estão subestimando o empoderamento feminino com alegações infundadas sobre a prefeita de Auriflama”. A mandatária diz ainda que “estão tentando passar um recado de que uma mulher não é capaz de gerir a prefeitura”.
“Sou a prefeita da cidade, todos sabem disso, vou terminar meu mandato com bastante dedicação e orgulho”, afirma Katia Morita.
O Metrópoles procurou a Prefeitura de Auriflama, mas não obteve retorno.