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Justiça proíbe jornal de divulgar pesquisa eleitoral em Campinas

Jornal Correio Popular, de Campinas estampou “censurado”, em letreiro de página inteira, após decisão que barrou pesquisa

atualizado

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Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
Imagem colorida mostra Rafa Zimbaldi, homem branco, de cabelo castanho claro, de óculos de astes finas, vestindo terno e gravata, em um local de fundo preto - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Rafa Zimbaldi, homem branco, de cabelo castanho claro, de óculos de astes finas, vestindo terno e gravata, em um local de fundo preto - Metrópoles - Foto: Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo

São Paulo – A Justiça Eleitoral proibiu o jornal Correio Popular, de Campinas, no interior paulista, de divulgar uma pesquisa sobre as intenções de voto para a Prefeitura da cidade. Em resposta, o jornal, na edição deste domingo (8/9), trouxe uma capa com a palavra “censurado” escrita em vermelho, em página inteira.

A decisão de suspender a divulgação da pesquisa foi tomada pela juíza Fernanda Silva Gonçalves, da 378ª Zona Eleitoral de Campinas. A determinação partiu de uma representação feita pelos partidos Agir, PSDB, Cidadania, PDT, PMB e União Brasil, que estão coligados na campanha de Rafa Zimbaldi (na foto em destaque), do Cidadania.

A pesquisa, da empresa Olhar Público Pesquisas de Opinião, havia sido contratada pelo Correio Popular e tinha previsão de divulgação neste domingo.

Em sua decisão, a juíza estabeleceu uma multa de R$ 25 mil caso os resultados do levantamento fossem publicados. Fernanda decidiu atender o pedido da campanha de Zimbaldi de forma liminar, sem analisar o mérito do pedido – ou seja, sem entrar no conteúdo do caso ou nas questões principais apresentadas pela campanha, que questionou o resultado da pesquisa divulgada no site do jornal no dia anterior.

A juíza também solicitou que o Ministério Público Eleitoral avalie o caso e se manifeste sobre ele.

O diretor do Correio Popular, Italo Barioni, afirmou que recebeu a notificação com a ordem para suspender a divulgação da pesquisa no sábado, feriado de 7 de setembro, quando os jornalistas haviam encerrado o expediente. Dessa forma, não havia como substituir o material por outras notícias e a saída foi manter a capa apenas com a palavra censura.

“Fui intimado pela senhora juíza Fernanda Silva Gonçalves somente às 18h42 do feriado de 7 de setembro. E eu não pude mais, não tinha mais pessoal da redação a esse horário no dia de feriado para que mudássemos a primeira página”, disse Barioni.

Então, não havia nada mais a ser colocado, a não ser a censura da senhora juíza que acatou, através de liminar, a esse horário, 18h42, a pedido do partido do senhor Zimbaldi, que havia recebido a nossa pesquisa para ele comentar democraticamente. Ele preferiu pedir a liminar de suspensão e censura.

“Lamentavelmente, no dia 7 de setembro, não raiou a liberdade no horizonte do Brasil para o jornal. Foi isso que aconteceu. Nós devemos agora explicar à população, na terça-feira e agradeço ao Metropoles de dar espaço a esse absurdo que ainda acontece no Brasil que é censura à livre expressão da imprensa”, afirmou o diretor.

Por meio de nota, a campanha de Zimbaldi afirmou que “o levantamento contém dados inconsistentes e desobedece a resolução 23.600/2019 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que define as regras a serem cumpridas para análises desta natureza”.

A campanha do candidato dá como exemplo dos eventuais descumprimentos da resolução a “inconsistência nos dados referentes à renda, à escolaridade e à faixa etária dos entrevistados” .

“Assumimos um compromisso com a população campineira para apresentar propostas e definir o rumo que a cidade terá nos próximos quatro anos. Não compactuamos com práticas em desacordo com as regras eleitorais, tampouco com pesquisas inconsistentes, com distorção de números que podem confundir a cabeça do eleitor”, argumenta o candidato, em nota divulgada por sua equipe.

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