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Justiça proíbe GCM de agir como PM e fazer operações na Cracolândia

Segundo decisão, agentes da GCM não poderão fazer operações na Cracolândia com uso de bombas e balas de borracha

atualizado

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1 de 1 Imagem mostra homem fardado em frente a rua suja - Metrópoles - Foto: William Cardoso/Metrópoles

São Paulo – A Justiça de São Paulo decidiu nesta segunda-feira (24/6) por proibir a Guarda Civil Municipal (GCM) da capital paulista de fazer qualquer operação com “natureza policial militar” nos bairros dos Campos Elíseos e Luz, onde está a Cracolândia atualmente.

Com isso, os agentes ficam impedidos de organizar operações para expulsar os dependentes químicos das ruas com uso de bombas de efeito moral e balas de borracha, por exemplo.

A decisão atende a um pedido feito pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) em um processo que questionou os limites de atuação da GCM na Cracolândia e chamou atenção para a forma como os agentes lidavam com os dependentes químicos.

Segundo o MPSP, os guardas agiam fora do escopo das funções estabelecidas para eles pela Constituição Federal.

O processo teve início depois de uma operação realizada em 20 de maio de 2017, quando os agentes da GCM teriam feito “barreiras” para revistar os usuários e feito abordagens de maneira truculenta. No processo, no entanto, o MPSP juntou provas de uma série de situações em que os guardas atuarem de forma violenta na Cracolândia.

Na decisão, a juíza Gilsa Elena Rios afirmou que as provas apresentadas comprovaram que a GCM estava agindo fora de suas atribuições legais.

“O cenário probatório coligido demonstrou que há clara desproporcionalidade entre o que se espera da GCM e o que, em alguns casos, seus agentes vêm realizando no mundo dos fatos. Como a GCM não guarda em si atribuição para a investigação e repressão de crimes, a ausência de sua atuação como polícia repressiva em nada altera o seu cenário institucional”, disse a juíza.

A magistrada também acatou outros dois pedidos do MPSP, que solicitavam a criação de uma canal para receber eventuais denúncias sobre a atuação da GCM e a elaboração de um plano de trabalho para garantir que os agentes sejam impedidos de fazerem uso “rotineiro e injustificado” de bombas e balas de borracha.

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Polícias Civil e Militar, a Guarda Civil Metropolitana e funcionários da Prefeitura de São Paulo fazem operação na cracolândia
Objetivo da operação é combater o tráfico de drogas na Praça Princesa Isabel, no centro da capital paulista, nova localização da  cracolândia
Prefeitura de SP cercou em 2022 usuários na Praça Princesa Isabel após Cracolândia migrar para o local
Tentativa da polícia de limpar a Cracolândia em outubro de 2020
Cracolândia: "fluxo" é visto em região do bairro Campos Elíseos, em São Paulo
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Dependentes químicos se concentram em fluxo, perto da Rua Guaianases, no centro de SP

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Polícias Civil e Militar, a Guarda Civil Metropolitana e funcionários da Prefeitura de São Paulo fazem operação na cracolândia

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Objetivo da operação é combater o tráfico de drogas na Praça Princesa Isabel, no centro da capital paulista, nova localização da cracolândia

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Prefeitura de SP cercou em 2022 usuários na Praça Princesa Isabel após Cracolândia migrar para o local

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Tentativa da polícia de limpar a Cracolândia em outubro de 2020

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Cracolândia: "fluxo" é visto em região do bairro Campos Elíseos, em São Paulo

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Dependente químico segura cachimbo de crack na região da Luz, em São Paulo

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Homem sentado no chão na Rua Prates

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Homem sentado na Praça Marechal Deodoro, com coberta azul, tomando sopa

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Fluxo da Cracolândia, no cruzamento da Avenida Rio Branco com a Rua dos Gusmões

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Pessoas no fluxo da Cracolândia, na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua dos Gusmões

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Em situação de rua, Júlio César Ferreira da Silva, 33 anos, ao lado de seu cachorro, Scooby

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Barracas montadas nas grades do Parque da Luz, em frente à estação, na região central de São Paulo

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Pessoas deitadas na calçada no entorno do Parque da Luz, em São Paulo

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Pessoas em situação de rua carregam sacos sobre as costas no Bom Retiro

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Abordagem de pessoa em situação de rua na Prates, no Bom Retiro

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Homens aguardam sopa na Praça Marechal Deodoro, em São Paulo

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Pessoas formam fila à espera de sopa na Praça Marechal Deodoro, em São Paulo

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Pessoas pegam potes de sopa na Praça Marechal Deodoro

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População em situação de rua sob o Minhocão, em São Paulo

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Pessoas reunidas na Feira do Rolo, na Avenida São João, região central

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A decisão obriga a Prefeitura a apresentar em até 60 dias o plano que impede a utilização das chamadas “técnicas de contenção de formação militar”. Não há prazo para que o governo municipal implante o canal de denúncias.

A Prefeitura deverá ainda criar um protocolo para apurar as responsabilidades de todos os servidores municipais que descumpram com a decisão, instaurando procedimentos administrativos para as ocorrências que forem levadas ao comando da GCM, que deverá encaminhar as denúncias a uma Corregedoria independente.

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