Justiça ouve testemunhas no caso do “Massacre de Paraisópolis”
Treze PMs são acusados de participação na morte de 9 jovens em baile funk em 2019; audiência de instrução vai começar às 10h desta sexta
atualizado
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São Paulo — A Justiça de São Paulo deve ouvir 15 testemunhas do “Massacre de Paraisópolis” na tarde desta sexta-feira (17/5), na audiência de instrução no Fórum Criminal da Barra Funda. A sessão, marcada para começar às 10h, será presidida pelo juiz Antonio Carlos Pontes de Souza, da 1ª Vara do Júri.
Treze policiais militares são acusados de participação na morte de nove jovens em um baile funk na comunidade de Paraisópolis, zona sul, em 1º de dezembro de 2019. Outras 12 pessoas que estavam na festa ficaram feridas. A audiência é uma das etapas para definir se os PMs serão levados a júri popular.
Os policiais teriam encurralado os jovens em um beco sem saída, conhecido como Viela do Louro, durante uma perseguição policial. Devido à grande quantidade de pessoas, eles foram pisoteados e morreram por asfixia.
Doze dos PMs são réus por homicídio por dolo eventual das vítimas. Um 13º agente é réu por expor pessoas a perigo ao soltar explosivos nelas.
Na primeira audiência, em julho deste ano, foram ouvidas dez testemunhas de acusação. A expectativa é de que mais 14 testemunhas da acusação e uma testemunha da defesa sejam ouvidas na segunda audiência. Ainda não se sabe quando os PMs serão interrogados.
PMs assumiram risco, diz MPSP
Para o Ministério Público de São Paulo (MPSP), os PMs assumiram o risco de causar a morte das pessoas ao provocar tumulto, com uso de bombas de gás e balas de borracha, e fechar rotas de fuga, deixando apenas duas vielas livres, onde as vítimas ficaram encurraladas. Nenhum dos mortos morava no bairro.
No processo, os policiais disseram que estavam perseguindo dois suspeitos de roubo em uma moto, que nunca foram encontrados. Os PMs atribuem o tumulto à presença de tais suspeitos.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP), por sua vez, afirmou que os 12 policiais denunciados pelo MPSP estão afastados de atividades operacionais e um dos indiciados não integra mais a Polícia Militar.