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Justiça militar nega habeas corpus a ex-diretor do Arsenal de Guerra

Rivelino Barata de Sousa Batista, ex-diretor do Arsenal de Guerra, responde pela participação indireta no furto das armas em Barueri em 2023

atualizado

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Divulgação/Exército Brasileiro
Militares com roupa camuflada lado a lado segurando metralhadoras antiaérea - Metrópoles
1 de 1 Militares com roupa camuflada lado a lado segurando metralhadoras antiaérea - Metrópoles - Foto: Divulgação/Exército Brasileiro

São Paulo – O Superior Tribunal Militar (STM) negou na noite desta terça-feira (11/6) o habeas corpus pedido pela defesa do tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, ex-diretor do Arsenal de Guerra do Exército, localizado em Barueri, na Grande São Paulo.

Ele responde junto à 2ª Auditoria Militar de São Paulo – primeira instância da Justiça Militar da União – pela participação indireta no furto de 13 metralhadoras calibre .50 e de oito metralhadoras calibre 7,62 no quartel em setembro do ano passado.

O ex-diretor do Arsenal de Guerra é réu por inobservância de lei, regulamento ou instrução, cometida por negligência. Além do tenente-coronel Batista, a Justiça considerou que um primeiro-tenente também teve participação indireta no crime. Quatro civis foram denunciados por receptação — pelo menos um deles é ligado ao Comando Vermelho (CV) e atuou no sentido de oferecer o armamento à facção criminosa.

No total, oito pessoas respondem pelo caso, quatro militares e quatro civis. As denúncias separam os réus que tiveram participação direta daqueles com atuação indireta no furto das armas. Entre os diretamente envolvidos estão os cabos Vagner da Silva Tandu, de 23 anos, e Felipe Ferreira Barbosa, que são amigos. Os dois tiveram a prisão decretada no dia 23 de fevereiro e estão presos em um batalhão do Exército em Osasco.

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Metralhadoras recuperadas pela polícia do Rio durante operação no dia 19 de outubro; armamento havia sido furtado do Arsenal de Guerra de SP
Nove armas furtadas do Exército foram encontradas pela Polícia Civil de São Paulo, na madrugada de 21 de outubro
PF não foi acionada pelo Exército após furto de armas
As armas furtadas do Exército foram encontradas enterradas em uma mata próximo a um lago em São Roque (SP)
Segundo a Polícia Civil, armas furtadas do Exército seriam vendidas para o PCC e o CV
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Oito metralhadoras do Exército foram encontradas na comunidade Gardênia Azul, no Rio de Janeiro

Polícia Civil/RJ
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Metralhadoras recuperadas pela polícia do Rio durante operação no dia 19 de outubro; armamento havia sido furtado do Arsenal de Guerra de SP

Divulgação/Polícia Civil do Rio de Janeiro
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Nove armas furtadas do Exército foram encontradas pela Polícia Civil de São Paulo, na madrugada de 21 de outubro

Divulgação/Polícia Civil de SP
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PF não foi acionada pelo Exército após furto de armas

Divulgação/Polícia Civil de SP
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As armas furtadas do Exército foram encontradas enterradas em uma mata próximo a um lago em São Roque (SP)

Divulgação/Polícia Civil de SP
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Segundo a Polícia Civil, armas furtadas do Exército seriam vendidas para o PCC e o CV

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Ao todo, 21 armas foram furtadas do Exército

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Fachada da delegacia de Carapicuíba, que encontrou nove armas furtadas do Exército

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Fachada do Arsenal de Guerra de São Paulo, de onde 21 metralhadoras foram furtadas

Reprodução
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Fachada do Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), unidade do Exército de onde foram furtadas 21 metralhadoras

Divulgação/Exército do Brasil

O inquérito sobre o escândalo no Arsenal de Guerra foi concluído no dia 16 de fevereiro e encaminhado à Justiça Militar, que aceitou as denúncias dias depois.

De acordo com as investigações, o desvio do armamento de guerra ocorreu entre os dias 5 e 8 de setembro de 2023, mas só foi percebido mais de um mês depois, no dia 10 de outubro, durante uma inspeção no quartel.

A partir daí, o inquérito policial militar foi aberto. Três dias depois, o caso veio a público em reportagem do Metrópoles e ganhou repercussão nacional. Até hoje, duas metralhadoras antiaéreas ainda não foram recuperadas.

Militares envolvidos

Desde o início das investigações, o Exército admitiu a possibilidade de envolvimento de militares no caso. Eles teriam atuado no sentido de facilitar a retirada das armas do quartel. Foram 13 metralhadoras calibre .50, que podem derrubar aeronaves, e oito calibre 7.62, que perfuram veículos blindados.

O inquérito apontou que Vagner Tandu, que era motorista do coronel Batista, então comandante do Arsenal, tirou o armamento do quartel na caminhonete do oficial. Ele teve a ajuda do cabo Felipe Barbosa, que teria apoiado a desligar as câmeras, desativar alarmes e romper o lacre do depósito em que estava o armamento.

Depois que as armas foram retiradas, Felipe Costa teria restabelecido o sistema de segurança e colocado um novo lacre na porta do depósito.

As armas, então, teriam sido negociadas com o CV por meio dos quatro civis denunciados. A facção criminosa, no entanto, não se interessou pelas metralhadoras.

Duas armas desaparecidas

Até o momento, 19 metralhadoras foram recuperadas – dez no Rio (em ocorrências diferentes na comunidade Gardênia Azul e na Praia da Reserva, ambas na zona oeste da cidade) e nove em São Roque, no interior paulista. As duas armas que ainda não encontradas são as de calibre .50.

escândalo provocou a troca no comando do Arsenal. O tenente-coronel Batista foi exonerado em novembro do cargo de diretor e passou a cumprir funções burocráticas na 2ª Região Militar, na sede do Comando Militar do Sudeste, em São Paulo.

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