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Justiça mantém prisão de casal acusado de tortura em escola de SP

Prisão temporária foi convertida em preventiva; juiz entendeu que soltar casal acusado de tortura provocaria “sensação geral de impunidade”

atualizado

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Imagem colorida de criança da Escola Pequiá. Ela aparece amarrada pela roupa a um poste - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de criança da Escola Pequiá. Ela aparece amarrada pela roupa a um poste - Metrópoles - Foto: Reprodução/TV Globo

São Paulo – A Justiça de São Paulo manteve a prisão dos donos de uma escola no Cambuci, na zona sul de São Paulo, indiciados por tortura contra crianças que estudavam no local. O juiz Antonio Carlos Pontes de Souza, da 19ª Vara Criminal, converteu as prisões temporárias em preventivas.

Na decisão, ele disse que a prisão preventiva era “indispensável para a proteção da ordem pública”.

“Eventual soltura de ambos traria uma sensação geral de impunidade em detrimento do clamor público, aumentando crimes como estes no local, o que aumenta a necessidade de preservação da Ordem Pública e diminui a eficácia de medidas cautelares diferentes da prisão em amenizar a gravidade dos fatos”, afirmou o magistrado.

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O casal Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira, dono da escola Pequia, acusado de maus-tratos contra crianças
O casal Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira, dono da escola Pequia, acusado de maus-tratos contra crianças
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O casal Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira, dono da escola Pequia, acusado de maus-tratos contra crianças

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Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira foram indiciados nove vezes por tortura. O número corresponde à quantidade de crianças que seriam vítimas de maus-tratos. O casal foi preso em 27 de junho, após uma série de denúncias de pais de alunos.

Uma ex-funcionária fez vídeos e imagens em que Eduardo e Andrea aparecem aplicando castigos físicos nas crianças. A defesa nega as acusações.

“Ele me disse que quando era criança, brincava de amarrar um ao outro pela ponta da blusa. Meu cliente falou que não via o tratamento dado aos alunos como uma questão de tortura, que ele não tinha essa visão”, explicou a advogada Sandra Pinheiro ao Metrópoles.

Criança amarrada

Um dos vídeos feitos pela ex-funcionária, que trabalhou no local por dois meses, mostra a dona da escola e uma funcionária advertindo crianças entre 1 e 2 anos com gritos e xingamentos. Em uma das cenas, um menino aparece amarrado com a própria blusa a uma pilastra.

Outro aluno, que fez xixi na roupa, ouve os gritos de uma funcionária na frente dos colegas. “Hoje você não fez xixi na roupa por qual motivo? Vou começar a conversar com você e gravar as suas respostas. Quando a sua mãe, seu pai ou sei lá quem vier te buscar, eu vou pegar e colocar: ‘Aqui a resposta do seu filho pra mim’”.

 

Em outro momento, a diretora chama a atenção de uma menina de pouco mais de 1 ano para que ela guarde os brinquedos que estão no chão. “Eram só quatro pecinhas, e já que você quer dar uma de louca, vai guardar tudo”, diz a diretora para a criança, que é vista chorando

Indignada com a situação, a ex-funcionária procurou os pais das crianças vítimas de castigos e maus-tratos e relatou o que acontecia dentro da escola. A partir daí, os familiares procuraram a delegacia.

A antiga advogada do casal informou que não trabalha mais para os acusados. O Metrópoles não conseguiu localizar os novos defensores. O espaço segue aberto para manifestações.

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