metropoles.com

Justiça libera internato dos Arautos do Evangelho, alvo de denúncias

Após acusações de tortura, estupro e assédio a estudantes, liminar havia proibido novas matrículas em escolas dos Arautos do Evangelho

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Arautos do Evangelho
1 de 1 Arautos do Evangelho - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

São Paulo – O Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou que os Arautos do Evangelho, grupo religioso conservador que é investigado por denúncias como tortura e assédio a jovens, voltem a matricular novos alunos em suas instituições de ensino e os abriguem em seus internatos.

Em 2019, o Metrópoles publicou uma reportagem especial denunciando abusos físicos e psicológicos contra crianças e adolescentes que estudavam nos colégios. A sede da instituição fica em Caieiras, a cerca de 35 km de São Paulo.

O grupo católico passou a ser investigado pelo Ministério Público e foi orientado pelo Vaticano a fechar as escolas. A Defensoria Pública de São Paulo também chegou a pedir pelo fim dos internatos. O caso ainda está na primeira instância e corre em segredo de Justiça.

Em abril do ano passado, a juíza Cristina Ribeiro Leite Balbone Costa, titular da Vara da Infância e da Juventude, acatou pedido de liminar determinando que os jovens matriculados em regime de internato retornassem às suas casas e que as escolas dos Arautos do Evangelho não aceitassem novos alunos.

Foram mantidos apenas os estudantes que não eram internos, ou seja, que retornavam diariamente para suas famílias após o fim das aulas.

A liminar foi derrubada na sexta (13/1), mas o processo segue em andamento. O desembargador Sulaiman Miguel, relator do caso, argumentou que não cabe à Justiça interferir em objeto “de livre escolha dos pais e dos alunos”.

Ele também observou que as investigações continuam e que, caso as atividades das escolas fossem encerradas de forma abrupta, o ano letivo dos estudantes seria prejudicado.

“Nesse viés, eventual interrupção das matrículas, sem aprofundada análise das provas que o caso requer, com o encerramento abrupto do funcionamento da instituição, poderia comprometer a situação dos alunos, que sequer possuiriam ligação com essas eventuais atividades consideradas irregulares e que dependeriam da conclusão do ano letivo, sem tempo e meios para soluções alternativas”, escreveu o desembargador.

Prática da fé

Acompanharam o relator os desembargadores Xavier de Aquino e Francisco Bruno. O último argumentou se tratar de uma escola de regime “rigoroso”.

“Como se trata de escola mantida por instituição religiosa […] é natural que ensine a seus alunos a prática da fé que suas famílias comungam pois, se não  comungassem, os pais não as teriam ali matriculado”, afirmou.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSão Paulo

Você quer ficar por dentro das notícias de São Paulo e receber notificações em tempo real?