Justiça Federal condena 9 homens pelo mega-assalto em Araçatuba
Somadas, as penas somam mais de 470 anos de prisão. Outros 9 réus foram absolvidos por falta de provas; decisão ainda cabe recurso
atualizado
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São Paulo – A Justiça condenou nesta terça-feira (5/12) nove homens pelos ataques a agências bancárias em Araçatuba, no interior de São Paulo, que deixaram três mortos em agosto de 2021. Juntas, as penas ultrapassam 470 anos de prisão em regime fechado
De acordo com a decisão da 1ª Vara Federal de Araçatuba, dos 18 réus, nove foram condenados a penas de 40 a 65 anos de prisão por integrar organização criminosa, latrocínio consumado e tentado, roubo majorado pelo concurso de pessoas, restrição da liberdade das vítimas, emprego de arma de fogo e explosão de obstáculos, incêndio e acionamento de explosivos.
Outros nove réus foram absolvidos por insuficiência de provas. As sentenças foram publicadas pelo juiz federal Fabio Luparelli Magajewski. Os réus ainda podem recorrer das decisões.
Ataque em Araçatuba
A madrugada de 30 de agosto de 2021 foi uma das mais violentas da história de Araçatuba, quando uma quadrilha armada atacou três agências bancárias. Três pessoas morreram na ação. Reféns chegaram a ser usados como escudo pelos criminosos.
Os bandidos usavam armamento de guerra, carros blindados, drones e bombas com acionamento remoto, que foram deixadas em dezenas de pontos na cidade.
Parte da quadrilha atacou as bases do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) e uma unidade de elite da Polícia Militar (PM) e do Comando de Policiamento de Área-10, para impedir a reação da polícia.
Eles usaram a técnica que os especialistas chamam de domínio de cidades, uma evolução mais violenta do novo cangaço, que, no caso, subjuga regiões inteiras durante um assalto.
Foram duas horas de intenso confronto, com tiroteio e explosões, resultado da reação dos policiais que já estavam nas ruas e de reforços que vinham de outras regiões. Os bandidos fizeram reféns como escudo humano para sair da cidade.
O prefeito de Araçatuba, Dilador Borges (PSDB), disse ao Metrópoles que a cidade viveu “um inferno”, durante a ação criminosa coordenada.