Justiça determina que líder da Bola de Neve entregue arma em 48 horas
Líder religioso é investigado por suspeita de “ameaça, difamação, injúria, lesão corporal, violência doméstica e psicológica” contra esposa
atualizado
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São Paulo – O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou nesta quarta-feira (10/7) a apreensão de uma arma do pastor Rinaldo Luiz de Seixas Pereira, conhecido como apóstolo Rina, líder da igreja evangélica Bola de Neve.
O desembargador Hugo Maranzano deu 48 horas, a partir da notificação, para que o pastor entregue à Justiça todas as armas que estão em sua posse. Ele destaca que a própria defesa do acusado confirmou a posse e já tinha colocado a arma “à disposição” da Justiça.
Em nota enviada ao Metrópoles, a defesa de Rinaldo Seixas diz que não se opõe à apresentação da arma de propriedade do religioso e afirma que a arma está registrada, com todos os documentos atualizados. Segundo os advogados, ela será apresentada conforme a decisão judicial.
Para a defesa do apóstolo, “a existência da arma em nada interfere nas investigações em curso, que comprovarão serem falsas as acusações contra o religioso, como aliás já ficou demonstrado numa série de depoimentos”.
O apóstolo Rina é acusado por lesão corporal, violência psicológica, ameaça, injúria e difamação feitas pela esposa do líder religioso, a pastora e cantora gospel Denise Seixas . Em depoimento à Polícia Civil, ela disse que sofreu diversos tipos de agressão durante todo o relacionamento com o pastor, de xingamentos a violência física.
Denise Seixas relatou diversos tipos de agressão por parte de Rinaldo, como socos no rosto, cadeira jogada na direção dela e ameaças para ter relações sexuais com o pastor.
No dia 12 de junho, a Justiça concedeu uma medida protetiva para Denise. De acordo com a decisão, Rinaldo deve manter ao menos 300 metros de distância da mulher, seus familiares e eventuais testemunhas do processo. Além disso, ele está proibido de manter qualquer tipo de contato com a vítima, mesmo que por intermédio de terceiros.
A cantora gospel disse que nunca denunciou Rinaldo por “medo de sua influência”. Segundo ela, nos últimos dois meses, perdeu o acesso às redes sociais e teme que alguém faça algo contra sua reputação.
Denise Seixas também afirmou que não tem acesso às suas finanças, tendo que recorrer a uma pessoa indicada por Rinaldo sempre que precisa de dinheiro.
Em nota à imprensa, Rinaldo Pereira negou “qualquer prática violenta” e disse confiar na apuração “isenta e técnica” de todos os fatos pela Polícia Civil e Ministério Público.
Importunação contra ex-funcionária
Uma ex-funcionária denunciou nesta sexta-feira (21/6), Rinaldo Pereira, conhecido como Apóstolo Rina, líder da igreja evangélica Bola de Neve, por importunação sexual. Segundo relato da vítima à polícia, o crime aconteceu em 2017, período em que a mulher trabalhava para o líder religioso.
Segundo o boletim de ocorrência, a mulher trabalhava na igreja Bola de Neve quando, em 2012, foi chamada por Rinaldo para trabalhar em sua casa. De acordo ela, o suspeito sempre a chamava até o último andar da casa, local onde funcionava uma espécie de academia e uma sala de TV.
A vítima relata nos registros policiais que, nessas idas, Rinaldo passava por ela sem camisa, pedia ajuda para realizar os alongamentos e solicitava massagens. A mulher revelou que o homem também a massageava e que, em certas ocasiões, aproximava as mãos de seus seios.
A ex-funcionária relatou que ficava constrangida e se sentia manipulada. Ela revelou que à época ficou sem reação porque enxergava o líder religioso como uma figura paterna, visto que não tem pais.
“Me solta seu animal”
Segundo depoimento, Rinaldo Pereira foi se aproximando cada vez mais ao longo dos anos até que em 2017, a puxou pelos braços de frente. Constrangida, a mulher se desvencilhou do homem e gritou: “Me solta seu animal”. Ela deixou a casa com marcas da agressão nos braços.
Após um tempo, o líder religioso voltou a se aproximar da mulher alegando que “tudo não passou de um mal entendido”. A vítima continuou trabalhando na igreja no formato home office e ia à casa de Rinaldo Pereira apenas às segundas-feiras.
A ex-funcionária revelou ainda que se isolou e ficou muito confusa e depressiva após o ocorrido. Ela faz acompanhamento psicológico até hoje e até foi orientada pela profissional que a acompanha a realizar a denúncia.
Defesa nega e processará mulher
Em nota, a defesa nega qualquer prática violenta. Além disso, os advogados do apóstolo disseram que confiam na apuração “isenta e técnica” da Polícia Civil e Ministério Público.
A equipe jurídica ainda afirmou ao Metrópoles que vai trabalhar para que a ex-funcionária responda por denunciação caluniosa.