Justiça de SP solta influencer que foi acusada de tortura com maçarico
Influencer Vitória Guarizo Demito, de 25 anos, estava presa desde o dia 25 de julho e alega inocência
atualizado
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São Paulo – A Justiça de São Paulo concedeu habeas corpus e mandou libertar nesta segunda-feira (4/9) a influencer Vitória Guarizo Demito, de 25 anos, que estava presa desde o dia 25 de julho, após ser acusada de torturar um homem para roubar R$ 41 mil. Ela também responde por tráfico de drogas. A modelo alega inocência nos dois crimes.
O desembargador Pinheiro Franco, da 5ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), relator do julgamento do habeas corpus, considerou que Vitória é primária e que a quantidade de drogas apreendida no seu apartamento “não foi elevada”.
“É razoável, excepcionalmente, que ela responda ao processo em liberdade, não estando clara, no momento, a necessidade da custódia”, escreveu o magistrado, no acórdão, obtido pelo Metrópoles. Também participaram da votação os magistrados Geraldo Wohlers e Claudia Fonseca Fanucchi.
O TJSP determinou ainda que, em vez da prisão, Vitória terá que ficar recolhida em casa no período noturno, das 21h às 6h, e comparecer em juízo a cada 30 dias. Ela também está proibida de sair da cidade sem autorização judicial.
Liberdade
O alvará de soltura foi expedido nesta segunda. Ela estava presa no Centro de Detenção Provisória 2 (CDP) de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista.
Vitória e o namorado Gabriel Duarte de Meneses, 29, foram acusados por um homem de 46 anos de dopá-lo, no golpe “Boa Noite, Cinderela”, e submetê-lo a uma sessão de tortura com queimaduras de maçarico, no apartamento da influencer, no Morumbi, na zona sul. O suposto crime teria acontecido no dia 18 de maio.
Por causa da investigação do suposto roubo, a polícia foi ao apartamento do casal, encontrou drogas e o prendeu em flagrante por tráfico de entorpecentes. No local, havia 17 comprimidos de ecstasy, sete porções de maconha, dois potes de cocaína, uma porção de haxixe, além de remédios de uso controlado.
No suposto roubo, Vitória e Gabriel afirmam que foram contratados para fazer um programa e que a vítima teria pedido para apanhar por prazer. No relatório final do inquérito do roubo, o delegado Eduardo Luis Ferreira, do 27º Distrito Policial (Campo Belo), concluiu que a vítima poderia estar mentindo e pediu para que a prisão temporária da influencer não fosse renovada.
Os laudos não confirmaram as queimaduras alegadas pelo homem. O delegado também argumentou que nenhuma nova vítima do casal foi à delegacia denunciar outros casos de golpe – indício de que Vitória e Gabriel não fazem parte de uma quadrilha.
“Além disso, paira ainda o receio de que Vitória (que possui comportamento extremamente passivo, depressivo e afeminado) possa vir a ser vitimizado sexualmente em ambiente carcerário, o que não é incomum nas cadeias do nosso país”, escreveu o delegado. Com base no relatório, os advogados de defesa pediram a soltura do casal.
Vitória e Gabriel, no entanto, já haviam sido denunciados, no dia 9 de agosto, por associação e tráfico de drogas – crimes que podem chegar a até 25 anos de prisão, considerando a pena máxima. O casal já é réu nesse processo e alega que os entorpecentes e os remédios encontrados eram de uso próprio.