Justiça de SP aceita denúncia e agressor de irmã de Zanin vira réu
O aposentado Rogério Cardoso Júnior responde na Justiça por chutar irmã do ministro Cristiano Zanin, do STF, e os cachorros dela em SP
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – A Justiça paulista aceitou a denúncia contra o aposentado Rogério Cardoso Júnior, de 64 anos, por lesão corporal dolosa contra mulher e maus-tratos a animais. Ele é acusado de chutar a advogada Caroline Zanin, 43, irmã do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, e os cachorros dela.
A decisão é da juíza Isaura Cristina Barreira, da 30ª Vara Criminal do Fórum da Barra Funda, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), e foi publicada na quinta-feira (23/11). O réu alega inocência.
Rogério foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) em 1º de novembro. Para a Promotoria, o aposentado “agrediu a vítima e seus cães em plena via pública” e só “não causou danos mais graves em razão da falta de pontaria”.
O caso (veja acima) aconteceu em frente ao prédio onde Caroline Zanin mora, em Perdizes, na zona oeste da capital paulista, em 16 de outubro. O acusado de agressão é vizinho dela e mora a poucas quadras do local.
Perícia
Perícia da Polícia Técnico-Científica concluiu que um dos cachorros de Caroline, de fato, atacou o acusado antes de ele desferir os chutes. O laudo, obtido pelo Metrópoles, ficou pronto após o oferecimento da denúncia do MPSP.
A perícia, feita com base em imagens de diferentes câmeras de segurança, responde quatro perguntas elaboradas pelo delegado responsável por investigar o caso. Em uma delas, a autoridade policial pergunta “se houve alguma ofensa à integridade física que pudesse justificar os chutes desferidos”.
A resposta da perícia foi registrada assim: “Nas imagens, é possível visualizar um dos cachorros puxando a bermuda do indivíduo e em seguida sendo controlado pela condutora através da guia, conforme imagens acima”.
Embora confirme parte da versão apresentada por Rogério na delegacia, a perícia desmente a alegação que Caroline Zanin não tentou conter os animais e afasta a hipótese de a vítima ter “ofendido de alguma forma a integridade física do autor”.
Acusação
O laudo também confirma as agressões filmadas. “É possível constatar o indivíduo indo em direção da vítima e seus cachorros, dando vários chutes, forçando a vítima a se afastar e pedir ajuda ao segurança, até conseguir entrar no seu condomínio.”
Na delegacia, Rogério havia relatado que “dois cachorros agressivos” o atacaram e “morderam seu shorts (…) puxando-o para baixo, o que quase o despiu”. Também disse no interrogatório que “a proprietária daqueles cães nada fez, não puxou a guia para tentar evitar o ataque, tendo apenas ficado rindo.”
Mesmo antes de o resultado da perícia sair, o promotor Severino Antonio Tavares Moreira Barbosa, do MPSP, já havia afastado a relevância do ataque dos cães contra o aposentado.
“Ainda que fossem verdadeiras as alegações, no sentido de que Rogério fora previamente ‘atacado’ pelos dois pequenos cães da raça welsh corgi, tal situação permitiria reação imediata no sentido de se desvencilhar dos animais, que estavam inclusive passeando com as devidas guias”, escreveu.