Justiça condena segurança que obrigou homem a tirar parte da roupa em supermercado
Homem pesquisava preços de produtos e decidiu não comprar nada, mas, ao sair do estabelecimento, foi acusado de roubo por segurança
atualizado
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São Paulo – A Justiça condenou um segurança que trabalhava para uma rede atacadista na cidade de Limeira, no interior de São Paulo, por discriminação e preconceito racial contra um cliente.
O caso aconteceu no dia 6 de agosto de 2021, quando o metalúrgico Luiz Carlos da Silva foi ao estabelecimento, pesquisou preços e decidiu não comprar nada. Ao sair do supermercado, ele foi abordado por um segurança.
Como a situação estava demorando para se resolver, o homem se desesperou e começou a se despir para comprovar que não havia furtado, cena que foi presenciada por diversos consumidores.
“Não há como ver toda a cena vexatória e humilhante a que se submeteu a vítima no presente caso e não remeter ao racismo cotidiano. Necessária uma lição de humildade e de se colocar no lugar da vítima para entender o que ela pensou e como se sentiu naqueles momentos”, disse o juiz Guilherme Lopes Alves Lamas, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Limeira.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) informou que a pena foi fixada em um ano de prestação de serviços à comunidade, a ser realizado em entidade a ser indicada por associações de defesa de direitos de afrodescendentes, e pagamento de 10 dias-multa.
Cabe recurso da decisão da 2ª Vara Criminal da Comarca de Limeira e o réu poderá apelar em liberdade.
Em nota, a rede atacadista Assaí afirmou que a abordagem foi feita por funcionários terceirizados e, após um processo interno de apuração, os envolvidos no caso foram demitidos.