Justiça aceita denúncia contra motorista que atropelou 4 durante briga
Motorista Juliana Schmidt Daniel, de 32 anos, foi presa na quarta-feira (11/10) após atropelamento durante discussão em salão de beleza
atualizado
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São Paulo – O juiz Gustavo de Azevedo Marchi, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), aceitou a denúncia contra a motorista Juliana Schmidt Daniel, de 32 anos, acusada de tentar matar quatro pessoas atropeladas no estacionamento de um salão de beleza, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo.
A decisão que coloca a motorista no banco dos réus foi proferida nesta terça-feira (17/10). Juliana está presa desde quarta-feira (11/10), quando deu marcha à ré e atropelou quatro mulheres durante uma discussão por vaga de carro, e teve o pedido de liberdade provisória negado pela Justiça.
O caso foi flagrado por câmera de segurança (veja acima). No processo, que corre na 1ª Vara Criminal de Taboão da Serra, a motorista alega ter engatado a marcha à ré por engano e que fugiu do local para evitar linchamentos.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) ofereceu denúncia contra a motorista por quatro tentativas de homicídio qualificado. Para o promotor Severino Antonio Tavares Moreira Barbosa, o crime foi cometido por motivo torpe, dificultou a defesa das vítimas e ofereceu riscos a outras pessoas.
Denúncia
Segundo a denúncia do MPSP, obtida pelo Metrópoles, Juliana não era cliente do salão de beleza e estacionou seu carro em uma vaga privativa do estabelecimento. Os funcionários, então, estacionaram um carro em frente ao dela, impedindo a passagem do seu veículo.
O caso motivou uma discussão e os funcionários decidiram retirar o veículo que bloqueava o carro de Juliana. “Mesmo não havendo qualquer impedimento para que fosse embora do local, no sentido da rua, engatou a marcha ré e acelerou bastante, tentando matar as pessoas que estavam atrás de seu veículo”, diz a denúncia.
Ainda de acordo com a promotoria, Julia arrastou “pessoas que estavam encostadas ao lado do carro” e atingiu “as que estavam atrás”. A tentativa de homicídio só teria parado porque um dos presentes conseguiu tirar a chave da ignição.
“O evento morte das vítimas somente não se consumou por circunstância alheias à vontade da agente, escreveu o promotor. “a ora denunciada poderia ter atingido qualquer transeunte que passava pelo local, assim como as testemunhas que lá estavam e até mesmo sua própria filha, a qual se encontrava dentro do automóvel.”
Defesa
Os advogados de Juliana pediram que a denúncia fosse negada uma vez que a investigação da Polícia Civil ainda não teria sido concluída e não há relatório. A Justiça, no entanto, deu razão ao MPSP.
Segundo a defesa, Juliana foi fazer um procedimento pós operatório em uma clínica, localizada acima do salão de beleza, e acabou agredida pelos funcionários do estabelecimento na saída.
Os advogados também alegam que a filha de 8 anos estava “chorando muito”, motivo pelo qual ela voltou para o carro. “Por engano, no calor da discussão e do estresse, engatou a marcha ré e acabou por atingir as pessoas”.
“Quando engata a marcha, [Juliana] está completamente atordoada, com as pessoas gritando e xingando-a, e acaba por acreditar que engatou a primeira marcha”, afirma. “Em uma atitude desesperada, tenta sair do local com o carro antes que pudesse sofrer qualquer tipo de linchamento”.