Justiça absolve influencer que foi acusada de tortura com maçarico
Influencer Vitória Guarizo, 25 anos, e o namorado eram réus por tráfico de drogas; ele foi condenado a prestar serviço comunitário
atualizado
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São Paulo – A Justiça de São Paulo absolveu da denúncia de tráfico de drogas a influencer Vitória Guarizo Demito, de 25 anos, que foi acusada de aplicar o golpe “boa noite, Cinderela” para torturar e roubar um homem em maio deste ano. Já o namorado dela foi condenado, por posse de entorpecentes, a prestar serviço comunitário.
Vitória e o namorado, Gabriel Duarte de Meneses, 29, foram acusados por um homem de 46 anos de dopá-lo e submetê-lo a tortura com queimaduras de maçarico, dentro do apartamento da influencer, no Morumbi, na zona sul da capital paulista. Por causa da denúncia, a polícia foi ao local, encontrou drogas e autuou o casal em flagrante por tráfico de entorpecentes.
A investigação do suposto roubo, no entanto, acabou arquivada por falta de provas. Como os laudos não confirmaram as queimaduras alegadas pelo homem e os investigadores encontraram inconsistências no relato dele, a Polícia Civil concluiu que a dita vítima, na verdade, estava mentindo.
Em paralelo, o casal, que alegava inocência desde o início, continuou respondendo à acusação de tráfico de drogas e associação criminosa.
Julgamento
No apartamento deles, a polícia encontrou 17 comprimidos de ecstasy, sete porções de maconha, dois potes de cocaína, uma porção de haxixe, além de remédios de uso controlado. O material foi apreendido no dia 25 de julho.
A influencer chegou a ficar mais de um mês presa no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na zona oeste, até ser solta por habeas corpus. Gabriel também ganhou o direito de responder ao processo em liberdade pouco depois.
No processo, Gabriel admitiu que as drogas eram suas, mas alegou que seriam de uso próprio. Já Vitória afirmou que era responsável apenas pelos remédios encontrados, necessários para seu tratamento psiquiátrico.
Na sentença, obtida pelo Metrópoles, a juíza Ana Helena Rodrigues Mellim, do Foro Criminal da Barra Funda, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), inocentou Vitória e decidiu condenar Gabriel, por posse de drogas, a prestar serviço comunitário por cinco meses.
“Nem a quantidade, nem tampouco as condições em que estas substâncias estavam acondicionadas, indicam a destinação das mesmas à comercialização”, escreveu a magistrada.
A decisão é do dia 18 de dezembro. “As provas colhidas ao longo da instrução processual não são suficientes para embasar a condenação pelos crimes de tráfico e associação criminosa.”