Júri ouve mãe e padrasto de Joaquim, morto aos 3 anos, nesta sexta
Natália Ponte e Guilherme Longo são acusados de homicídio; Joaquim foi achado em um córrego após receber grande quantidade de insulina
atualizado
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São Paulo – A mãe e o padrasto do menino Joaquim Ponte, morto aos 3 anos em novembro de 2013, devem ser ouvidos nesta sexta-feira (20/10), no quinto dia do tribunal do júri sobre o caso. Natália Ponte e Guilherme Longo são réus por homicídio.
De acordo com o Ministério Público de São Paulo, Guilherme teria aplicado uma dosagem excessiva de insulina em Joaquim, que era diabético. Em seguida, segundo a Procuradoria, o padrasto teria jogado o corpo em um córrego perto da casa da família. Natália é acusada de omissão.
O júri teve início na última segunda-feira (16/10) e está previsto para terminar neste sábado (21/10). Falta apenas o depoimento de uma testemunha, a psicóloga Daniele Maria Zeoti, antes que Natália e Guilherme sejam ouvidos.
Em entrevista à EPTV, o advogado Antônio Carlos de Oliveira, que representa Guilherme, afirmou que ele está “muito tranquilo” e vai esclarecer tudo o que aconteceu no dia da morte de Joaquim.
“Guilherme Longo está preparado para responder todas as perguntas, tanto as perguntas do juiz, as perguntas do Ministério Público, do assistente de acusação e da defesa. Isso será muito tranquilo, gaste o tempo que gastar. Ele irá deixar bem claro tudo o que aconteceu no decorrer daqueles dias. A defesa de Guilherme Longo só quer que eles demonstrem de forma científica qual foi a causa da morte do menino Joaquim e quais as provas técnicas que levam a autoria a Guilherme Longo”, disse o advogado.
O assistente de acusação da promotoria Alexandre Durante afirma que os envolvimentos de Natália e Guilherme no ocorrido já estão bem fundamentados. À EPTV, ele afirmou que a mãe de Joaquim foi omissa.
“A omissão dela já está caracterizada. As testemunhas de defesa afiançam inclusive que, por exemplo, a mãe do Guilherme comunica ela [Natália] 20 dias antes que ia internar o Guilherme, e ela traz para ela essa responsabilidade. O episódio do capotamento do carro demonstra a preocupação do Artur da permanência com o Joaquim. Ele vem para tentar ficar com o filho até ela se entender com o Guilherme e ela nega. Ele propõe a ela que o deixe com os pais dela, que tratavam o menino como filho, ela também nega. Então, as provas produzidas demonstram, ainda que de maneira por dolo eventual, o dolo por parte dela”, afirmou.
Vício e agressões
Reportagem do Fantástico exibida no último domingo (15/10) exibiu trechos de depoimento de Guilherme Longo à Justiça em que ele diz ser viciado em cocaína e que agredia Natália. A versão do réu é que ele havia saído de casa para comprar drogas na noite da morte de Joaquim e que percebeu a ausência do menino só no dia seguinte.
“Eu tinha ido na biqueira para comprar droga. […] (Joaquim) desapareceu de casa. Quando percebi, era no outro dia de manhã”, disse ele.
“Agarrei ela com força nos braços. Ficou marcado minhas mãos nela. Ameacei de morte umas três ou quatro vezes”, afirmou em outro momento do depoimento.
Guilherme Longo ficou preso dois anos e três meses, quando passou a responder em liberdade e fugiu para a Espanha. Ele foi preso novamente em 2017 e levado para o presídio de Tremembé.
Natália ficou presa por apenas um mês antes de passar a responder em liberdade, há 10 anos.