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Julgamento do homem que atropelou e matou ciclista em 2020 é adiado

Júri popular, que seria nesta quinta, não tem nova data para ocorrer; defesa de José Maria da Costa Júnior alega que ele está com dengue

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Imagem colorida mostra a ativista Marina Kohler Harkot, morta em 2020 - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra a ativista Marina Kohler Harkot, morta em 2020 - Metrópoles - Foto: Reprodução/Redes sociais

São Paulo – O início do julgamento pelo júri popular do empresário José Maria da Costa Júnior, marcado para esta quinta-feira (20/6), foi adiado a pedido da defesa.

Ele é acusado de dirigir bêbado, em alta velocidade, atropelar, não prestar socorro e matar a ciclista Marina Kohler Harkot no dia 8 de novembro de 2020.

A última etapa do processo contra o empresário começaria às 13h no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, e ainda não tem nova data.

Segundo o despacho dado pela juíza Marcela Raia de Sant’Anna, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), a decisão se deu pela “impossibilidade de comparecimento do réu por questões de saúde”.

O advogado José Miguel da Silva Júnior, que defende José Maria da Costa Júnior, confirmou o pedido e disse que seu cliente está com dengue. Na solicitação, feita nessa quarta-feira (19/6), ele anexou um atestado médico e o Ministério Público de São Paulo (MPSP) concordou.

Em nota, o órgão disse que “o júri foi adiado pelo fato de o réu ter afirmado que está com dengue, mesmo sem exame comprobatório do diagnóstico”.

O MPSP indicou que a promotoria apura a veracidade do diagnóstico junto à Santa Casa de Misericórdia da cidade de Socorro, no interior de São Paulo, “sob pena de responsabilização criminal do réu pelo crime de fraude processual”.

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O empresário José Maria da Costa Júnior, acusado pela Marina Kohler Harkot
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O empresário José Maria da Costa Júnior, acusado pela Marina Kohler Harkot

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O empresário responde por homicídio qualificado pelo perigo comum por dolo eventual, por omissão de socorro e embriaguez ao volante. Para a Promotoria, José Maria da Costa Júnior “colocou em risco outras pessoas além da própria ciclista, que trafegava com mochila amarela numa via iluminada”.

Enquanto o julgamento não é remarcado, o réu segue respondendo em liberdade. Segundo o MPSP, se condenado, José Maria da Costa Júnior pode pegar mais de 20 anos de prisão em regime fechado.

O caso

A cicloativista e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) Marina Kohler Harkot, de 28 anos, morreu atropelada na madrugada de 8 de novembro de 2020, quando trafegava de bicicleta pela Avenida Paulo VI, no Sumaré, zona oeste de São Paulo, voltando para casa.

Segundo a Polícia Militar, ela foi atingida por um carro por volta da meia noite. O motorista, o empresário José Maria da Costa Júnior, fugiu sem prestar socorro e a jovem morreu no local.

Ele é acusado de estar dirigindo embriagado e em alta velocidade no momento do acidente, além de ter fugido do local. A denúncia feita pelo MPSP na ocasião registra que, no dia 8 de novembro, em estado de embriaguez, José Maria dirigia pela Avenida Paulo VI e “empreendeu elevada e irrazoável velocidade”, vindo a atropelar Marina Kohler Harkot.

Segundo o promotor Rogério Leão Zagallo, o motorista “realmente assumiu o risco de causar a morte da vítima, sobretudo porque conduzia embriagado um veículo automotor, além de fazê-lo em velocidade absolutamente incompatível com a avenida na qual ele transitava”.

A investigação da Polícia Civil concluiu que José Maria tomou bebida alcoólica momentos antes de dirigir e atropelar Marina. Vídeos de um bar registram que ele estava bebendo. A comanda do estabelecimento informa que o motorista bebeu uísque.

Quem foi Marina Kohler Harkot

Marina era ativista feminista e de movimentos que defendiam melhores políticas de mobilidade urbana. Levou sua luta também para a vida acadêmica. Formada em ciências sociais pela USP, era mestra e doutoranda pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da instituição (FAU-USP), onde atuava como pesquisadora colaboradora do Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade (LabCidade).

Segundo informações de seu currículo Lattes, ela vinha se aprofundando em sua pesquisa de doutorado “no debate sobre segregação socioterritorial a partir de abordagens de gênero, raça e sexualidade”. Na dissertação de mestrado, defendida em 2018, Marina já havia estudado a relação entre gênero, mobilidade e desigualdade.

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