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Juiz que soltou acusado de imitar macaco questiona torcida corintiana

Em decisão que concedeu liberdade a Sebastian Avellino Vargas, juiz diz que preparador físico foi alvo de “impropérios” e pode ter revidado

atualizado

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Imagem colorida de Sebastian Avellino Vargas, de branco, fazendo gestos supostamente racistas para a torcida do Corinthians
1 de 1 Imagem colorida de Sebastian Avellino Vargas, de branco, fazendo gestos supostamente racistas para a torcida do Corinthians - Foto: Reprodução/MPSP

São Paulo – O juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 29ª Vara Criminal da Barra Funda, que mandou soltar o preparador físico Sebastian Avellino Vargas, do Universitário, do Peru, afirma que a imitação de macaco pode ter acontecido para revidar xingamentos da torcida do Corinthians.

Na decisão, obtida pelo Metrópoles, o magistrado diz que o ato de racismo, embora “desproporcional” e “vil”, deveria ser analisado no contexto do jogo. “Consta que os atos ocorreram numa partida de futebol, realizada em campo adversário e cujos ânimos aparentemente estavam aflorados”, escreveu.

“No vídeo juntado aos autos pela acusação, é possível visualizar torcedores gesticulando para o denunciado aos oito segundos e, por certo, proferindo impropérios contra ele”, afirmou Patiño Zorz. “Parece ser da cultura, nefasta, aliás, que em alguns jogos há uma espécie de ‘vale-tudo’ na ilusória consideração que está a se ajudar sua agremiação predileta”.

Ainda na avaliação do juiz, Sebastian não ostenta “periculosidade concreta”. “Extrai-se que a atitude do denunciado, pode ter ocorrido em situação de possível retorsão imediata”, registrou.

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Sebastian Avellino Vargas foi detido no final da partida entre Corinthians e Universitario
Preparador físico do Universitario, do Peru, foi preso por racismo após imitar macaco diante da torcida do time paulista
O preparador físico do clube peruano foi detido no estádio
Ministério Público de São Paulo também pediu pagamento de indenização coletiva ao acusado de racismo
Preparador físico foi denunciado por racismo pelo MPSP
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Preparador físico foi detido por fazer supostos gestos racistas após jogo contra o Corinthians

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Sebastian Avellino Vargas foi detido no final da partida entre Corinthians e Universitario

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Preparador físico do Universitario, do Peru, foi preso por racismo após imitar macaco diante da torcida do time paulista

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O preparador físico do clube peruano foi detido no estádio

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Ministério Público de São Paulo também pediu pagamento de indenização coletiva ao acusado de racismo

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Preparador físico foi denunciado por racismo pelo MPSP

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Interpol

Ao decidir soltá-lo na sexta-feira (21/7), Patiño Zorz ameaçou acionar a Interpol se o preparador físico demonstrar intenção de fugir da Justiça brasileira. Na ocasião, o magistrado também aceitou a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e o tornou réu no processo.

Sebastian havia sido preso em flagrante durante o jogo, realizado no último dia 11/7. Natural do Uruguai, o preparador físico declara morar em Lima, a capital do Peru, cidade onde fica a sede do Universitario.

Para o magistrado, o fato de o réu viver no exterior não prejudicaria o andamento do processo. Segundo avaliou, ele poderia participar de audiências por videoconferência e é preparador físico de uma equipe que disputa competições internacionais, com “viagens corriqueiras para visitar equipes adversárias”.

“O mesmo pode ser encontrado sem muitas dificuldades e, até mesmo, se o caso for, em última análise, extraditado acaso não coopere com a Justiça brasileira ou demonstre animus de fugir”, escreveu o magistrado. “Para tanto, bastaria nova ordem de prisão e emissão de alerta para autoridades estrangeiras e instituições cooperantes, como a Interpol”.

Cusparada

No seu interrogatório, Sebastian negou ter imitado um macaco e alegou que, na ocasião, gesticulava com os braços abertos porque segurava cones.

Segundo o preparador físico, ele teria se voltado para a torcida do Corinthians porque, enquanto recolhia o material do campo, sentiu uma cusparada no pescoço.

“Por que vocês estão cuspindo em mim, se eu estou trabalhando?”, teria questionado.

Na delegacia, cinco testemunhas confrontam a versão do preparador físico e afirmam que ele fez “gestos claros de racismo”. Os depoentes são um empresário, um gerente, um estudante e dois policiais militares.

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