metropoles.com

Juiz rejeita denúncia contra jornalistas no caso da agenda de Tarcísio

MPSP havia denunciado jornalistas da Folha de S.Paulo e do portal Brasil 247 por reportagens sobre tiroteio na campanha de Tarcísio em 2022

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/Polícia Civil
Ação da PM deixa um morto em campanha de Tarcísio em Paraisópolis
1 de 1 Ação da PM deixa um morto em campanha de Tarcísio em Paraisópolis - Foto: Reprodução/Polícia Civil

São Paulo — O juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, rejeitou nesta sexta-feira (15/3) a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPSP) contra os jornalistas Artur Rodrigues, do jornal Folha de S.Paulo, e Joaquim Carvalho, do portal Brasil 247, pela publicação de reportagens sobre o tiroteio ocorrido em Paraisópolis, zona sul paulistana, durante uma agenda do então candidato a governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), na campanha eleitoral de 2022.

A reportagem da Folha mostrou que a equipe de Tarcísio mandou que um cinegrafista apagasse o vídeo do tiroteio, que acabou com um suspeito morto com um tiro no peito em confronto com a Polícia Militar (PM), em outubro daquele ano. Depois disso, um advogado pediu investigação ao MPSP acusando Tarcísio e seu staff de forjarem um atentado durante a agenda de campanha.

Sem provas contra o governador, promotor Fabiano Augusto Petean, da 1ª Zona Eleitoral, pediu o arquivamento da investigação sobre a equipe de governador e, no mesmo documento, defendeu que os jornalistas fossem investigados por suposta divulgação de informações falsas. Neste mês, o promotor denunciou os dois, alegando que eles “divulgaram reportagens discrepantes da realidade” e que “sabiam inverídicas”.

O promotor atribui aos jornalistas o possível cometimento de crime previsto artigo 323 do Código Eleitoral, que consiste em divulgar, durante período eleitoral, “fatos que sabe inverídicos em relação a partidos ou a candidatos e capazes de exercer influência perante o eleitorado”.

Segundo Petean, os denunciados “afirmaram que o candidato e membros de sua equipe teriam ordenado ao cinegrafista Marcos Andrade a indevida supressão de imagens captadas durante o tiroteio, uma vez que tais imagens teriam registrado um segurança do candidato efetuando disparos de arma de fogo, possivelmente para simular um ‘atentado fraudulento’ a Tarcísio”.

A denúncia não cita nenhum trecho da reportagem publicada por Artur Rodrigues na Folha, que não apontou a participação de pessoas da equipe de Tarcísio na troca de tiros. O jornal também não fez qualquer menção a “atentado fraudulento” ao então candidato ao governo de São Paulo.

Nesta sexta-feira, o juiz Antonio Maria Patiño Zorz rejeitou a denúncia. O magistrado afirmou que após alterações na lei feitas pelo pacote anticrime, em 2019, caberia à Promotoria propor um acordo de não persecução penal antes de oferecer a denúncia e não o contrário, como foi feito no caso dos jornalistas.

“Cumpre salientar que inexiste previsão legal de oferecimento da denúncia e posterior sobrestamento do feito para que possa ser apreciado o benefício”, diz a decisão. O magistrado ainda apontou que é “também equivocada a oferta da denúncia em expediente arquivado”. A decisão não se estende para assuntos relativos ao teor da denúncia em si contra os jornalistas.

Inquérito arquivado

Na esfera criminal, a Justiça arquivou o inquérito que apurava a morte de um homem de 27 anos durante a agenda de campanha de Tarcísio.

O juiz Jair Antonio Pena Junior, do 1º Tribunal do Júri da capital, acolheu um pedido feito pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP).

Segundo o promotor Fabio Tosta Honer, o disparo partiu da arma de um policial militar, acionado para prestar apoio após o início do tiroteio, e as provas colhidas indicariam que a morte foi resultado de ação de legítima defesa do PM.

Ainda segundo o relatório da Promotoria, os agentes envolvidos no confronto não teriam relação direta com a segurança de Tarcísio e “usaram os meios necessários para repelir atual e injusta agressão, sem incorrer em excesso”.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSão Paulo

Você quer ficar por dentro das notícias de São Paulo e receber notificações em tempo real?