Jovem que dirigia na contramão e matou homem não passou por bafômetro
Para policiais militares que atenderam ocorrência, jovem de 21 anos que provocou acidente não apresentava sinais de embriaguez
atualizado
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São Paulo — O jovem que dirigiu pela contramão em alta velocidade e colidiu de frente contra o carro do motorista de aplicativo Ednaldo de Souza Mendes, de 41 anos, em Guarulhos, na grande São Paulo, foi liberado por policiais militares sem fazer o teste do bafômetro. Ednaldo foi levado ao Hospital Notre Dame na madrugada de sábado (13/7) ainda consciente. Ele teve a morte confirmada no fim da tarde.
O acidente foi provocado por um homem de 21 anos. Os PMs que compareceram ao local entenderam que o rapaz não apresentava sinais de embriaguez. Ele teria ido para o Hospital Municipal de Urgências para receber atendimento médico.
Os policiais também decidiram que não seria necessário fazer um boletim de ocorrência junto à Polícia Civil e registraram apenas um boletim de ocorrência militar e entregaram às partes uma notificação de ocorrência (noc). Para eles, tratava-se de uma ocorrência de menor potencial ofensivo.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a “natureza da ocorrência” foi alterada após a confirmação da morte de Ednaldo. E um inquérito foi instaurado no 1º Distrito Policial de Guarulhos.
“Foi registrado um BOPM e os envolvidos foram orientados sobre o prazo para representação e outras medidas jurídicas. Horas depois da colisão, no entanto, o homem de 41 anos veio a óbito no hospital, o que altera a natureza da ocorrência”, diz a pasta.
Uma câmera de monitoramento registrou o acidente em vídeo. Assista:
BOPM
Na notificação de ocorrência (noc) registrada pelos policiais e entregue a Ednaldo consta apenas “acidente de trânsito com vítima”, sem qualquer detalhamento sobre as circunstâncias em que a colisão ocorreu.
O Metrópoles questionou a Polícia Militar sobre se, no BOPM, consta a informação de que um dos veículos estava na contramão, tentando fazer uma ultrapassagem em local proibido e em alta velocidade.
O documento entregue é assinado por dois policiais militares, identificados como cabo Luciana e soldado de Souza, ambos da 1ª Companhia do 15º Batalhão Metropolitano da PM.
BO feito pelo filho
O primeiro registro da ocorrência feito junto à Polícia Civil foi feito pelo filho de Ednaldo, às 00h de domingo, após a morte do motorista de aplicativo. Davi Silva de Holanda de 23 anos compareceu ao 1º Distrito Policial de Guarulhos com a guia de encaminhamento de cadáver do pai.
Ele disse que o pai estava voltando para casa por volta das 1h38 quando houve a colisão, sem muitos detalhes.
A Secretaria da Segurança Pública não esclareceu se um outro boletim foi ou será lavrado a partir do BOPM, se limitando apenas a dizer que um inquérito foi instaurado.