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Jornalista negro é abordado por PMs ao ser confundido com suspeito

Diego Sarza foi abordado quando chegava ao barbeiro, na região central de SP; secretaria alega que ação seguiu procedimento padrão da PM

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Homem negro com cabelos curtos veste camisa azul marinho - Metrópoles
1 de 1 Homem negro com cabelos curtos veste camisa azul marinho - Metrópoles - Foto: Reprodução/ Redes Sociais

São Paulo — O jornalista Diego Sarza foi abordado por policiais na tarde desta terça-feira (28/5), ao desembarcar de um carro de aplicativo em frente ao barbeiro onde cortaria o cabelo, no bairro Consolação, região central de São Paulo. Ele afirma ter sido perseguido por uma viatura, de onde saiu um PM armados em busca de um homem suspeito.

Diego é um homem negro.

Ele gravou a abordagem e publicou nas redes sociais (assista abaixo). No vídeo, é possível ouvir quando um dos policiais diz que procurava “pessoa negra, cabelo cortado, pessoa mais forte”.

“Poderia ser qualquer pessoa”, afirma Diego ao agente. O PM alega ter recebido a informação de que o procurado mora “ao lado do prédio” do jornalista. “Fui seguido por ser um homem negro”, disse o jornalista ao Metrópoles.

Passados alguns minutos do início da abordagem, ele decidiu dizer que é jornalista. “Conheço o senhor agora. O senhor é repórter, né?”, responde o agente. Diego é apresentador do Uol e tem passagens pela Band, CNN e GloboNews. A partir daí, o policial passa a chamá-lo pelo nome e ressalta que toda a abordagem está sendo gravada pelas câmeras corporais.

“Infelizmente eu fiz questão de falar [que sou jornalista] como defesa, como uma forma de me livrar daquele constrangimento o quanto antes. Além de intimidar, causa constrangimento. Eu perguntei se queriam entrar na barbearia enquanto averiguavam minha identidade, mas não quiseram. As pessoas passando na rua, é constrangedor.”

“Mas o sentimento maior é o de revolta, eu fui seguido e eu fui parado por ser um homem negro”, lamentou Diego.

O jornalista questiona os critérios usados para esse tipo de abordagem: “É muito vago, na verdade. O agente citou características totalmente raciais. Isso não aconteceria com uma pessoa branca”.

Em nota enviada ao Metrópoles, a Secretaria da Segurança Pública (SSP),  afirmou que “a abordagem foi conduzida de acordo com os procedimentos operacionais padrão da PM, de maneira legal e legítima”.

Leia na íntegra:

A Polícia Militar informa que o homem foi abordado na tarde desta terça-feira (28) na região da Consolação, área central de São Paulo, e após análise da documentação e confirmação que não se tratava do suspeito procurado, ele foi liberado.

Após análise do vídeo, constatou-se que a verbalização durante a abordagem foi conduzida de acordo com os procedimentos operacionais padrão da PM, de maneira legal e legítima. O objetivo da abordagem de rotina foi garantir a segurança pública e realizar a averiguação de informações relevantes.

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