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Joca, cão morto em avião da Gol, teve falha cardíaca após voo errado

Laudo necroscópico aponta que golden retriever Joca teve choque cardiogênico durante voo; coração parou de bombear sangue para outros órgãos

atualizado

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Montagem com fotos coloridas do tutor, João Fantazzini, e do cão Joca - Metrópoles
1 de 1 Montagem com fotos coloridas do tutor, João Fantazzini, e do cão Joca - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo — O laudo necroscópico do cachorro Joca, golden retriever que morreu em um voo da Gol em abril deste ano, aponta que o animal não resistiu à viagem após seu coração perder a capacidade de bombear sangue para os órgãos. O quadro clínico, que consta como causa da morte, é chamado de choque cardiogênico.

Joca embarcou em 22 de abril no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Seu destino seria Sinop, no Mato Grosso, onde mora com o tutor João Fantazzini Júnior. Por engano, o cachorro foi enviado para Fortaleza. O erro fez com que o animal, que ficaria cerca de 2h30 em trânsito, passasse mais de 8 horas.

Segundo o laudo, feito na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), o coração de Joca apresenta uma “hipertrofia do ventrículo esquerdo” e vasos sanguíneos obstruídos.

O laudo foi anexado ao inquérito da Polícia Civil que investiga a morte de Joca. O exame necroscópico, feito em 16 de maio, foi o segundo ao qual o animal foi submetido. O primeiro ocorreu no dia seguinte ao da morte, em 23 de abril.

O legista afirma que os órgãos analisados apresentam “acentuado grau de autólise”, o que impossibilita a realização de diagnósticos macroscópicos.

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Golden retriever Joca morreu em voo da Gol
Golden Retriever tinha 5 anos
João Fantazzini e Joca
O tutor postava fotos com Joca nas redes sociais
Tutor aguardava Joca no MS
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João Fantazzini e Joca, que morreu em voo da Gol

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Tutor aguardava Joca no MS

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Para o advogado Marcello Primo Muccio, que representa o tutor de Joca, o laudo necroscópico reforça a tese de que o animal sofreu maus-tratos. Ao Metrópoles, ele levanta a possibilidade de que Joca tenha passado por uma turbulência e cobrou que a polícia aponte um responsável pela morte.

“Só o fato de ter sido colocado no voo errado já configura maus-tratos. Depois, com o depoimento do funcionário de Fortaleza, de que a caixa de transporte estava solta no compartimento do porão do avião sem qualquer equipamento de segurança, isso comprova maus-tratos. Quem garante que não teve turbulência? Será que o piloto foi avisado que tinha um animal naquele voo? O delegado tem que apontar o responsável pelo crime”, afirma o advogado.

Erro

O cão Joca deveria ter saído do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, com destino ao Aeroporto Municipal de Sinop, no Mato Grosso, no voo 1480. A companhia aérea, no entanto, embarcou Joca em um voo diferente, para Fortaleza, capital cearense. O tutor dele, João Fantazzini, só soube do erro ao chegar no Mato Grosso.

Após ser avisado sobre o erro, o tutor voltou para Guarulhos para reencontrar Joca em São Paulo. Em nota, a companhia afirmou ter sido surpreendida pela morte do cachorro quando o avião pousou com ele em Guarulhos.

“A equipe da GOLLOG na capital cearense desembarcou o Joca e se encarregou de cuidar dele até o embarque no voo 1527 de volta para Guarulhos (GRU). Neste período, foram enviados para o tutor registros do Joca sendo acomodado de volta na aeronave. Infelizmente, logo após o pouso do voo no aeroporto de Guarulhos (GRU), vindo de Fortaleza, fomos surpreendidos pelo falecimento do animal”, diz a nota.

A Gol afirmou que “lamentou profundamente” a morte de Joca e se solidarizou com a dor do seu tutor. A companhia admite que uma falha operacional fez com que o cachorro fosse embarcado no voo errado e diz que a apuração dos detalhes do caso está sendo conduzida com “prioridade total”.

Novo pet

O tutor do cachorro Joca ganhou um novo animal de estimação na última quinta-feira (27/6). João Fantazzini recebeu um filhote da mesma raça, como um presente da mãe. O animalzinho, de dois meses e meio, ganhou o nome de Ástor.

“Foi uma surpresa absurdamente grande para mim. De manhãzinha, eu estava no escritório trabalhando. O telefone tocou e era o pessoal do taxidog. Eles disseram que tinham uma surpresa para mim, da minha mãe. A gente fica sem reação. A surpresa era esse filhote”, disse João Fantazzini em stories publicados em seu perfil no Instagram.

A ideia, segundo ele, não é que o novo cachorro substitua Joca. “Gratidão de todo meu coração! E tenho certeza que nosso Joca está muito feliz e comendo muitas maçãs e rúculas lá no céu! O Joca veio com um propósito, e eu tenho a honra de dizer que o Joca é o filho de cada um de vocês”, disse João.

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