Japa do PCC: Justiça converte prisão em flagrante em preventiva
A Japa do PCC foi presa no dia 8/2 suspeita de ser a responsável pela lavagem de dinheiro da facção criminosa na Baixada Santista
atualizado
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São Paulo – A Justiça de São Paulo converteu nesta segunda-feira (12/2) a prisão em flagrante de Karen de Moura Tanaka Mori, conhecida como Japa do PCC, de 37 anos, em preventiva.
Ela foi presa na última quinta-feira (8/2) suspeita de ser a responsável pela lavagem de dinheiro da facção criminosa na Baixada Santista.
A Japa do PCC é viúva de Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro, executado durante guerra interna da facção criminosa em 2018. Após a morte dele, segundo a polícia, ela teria assumido os negócios do marido.
No apartamento de Karen, no Jardim Anália Franco, Tatuapé, os agentes apreenderam R$ 1 milhão e US$ 50 mil em dinheiro. Durante interrogatório, ela alegou à polícia que tem como comprovar a origem do dinheiro e que a quantia encontrada refere-se à “abertura e venda de estabelecimentos comerciais”.
Ao converter o flagrante em prisão preventiva, o juiz Fábio Pando de Matos, observou, durante audiência de custódia na Vara de Plantão da Capital, que Karen “não apresenta condições financeiras compatíveis com aquilo que foi apreendido na casa dela”.
Na opinião do magistrado, após a morte de Cabelo Duro, a Japa do PCC “assumiu as funções espúrias do marido e passou a administrar os bens ilícitos dele, com aumento substancial de seu patrimônio, gozando de prestígio junto à conhecida facção criminosa”.
De acordo com a Polícia Civil, a Japa do PCC atuava em Santos, Cubatão e Guarujá, no litoral paulista, e na cidade de São Paulo. Para lavar dinheiro da facção, ela usaria comércios na área de beleza, imóveis e uma empresa do seu irmão. O pai dela também é suspeito de participar do esquema.
A investigação que levou à prisão da viúva de Cabelo Duro começou em junho de 2023, em Praia Grande. Ela foi pega em sua casa no Tatuapé, zona leste da capital. Com ela, os policiais apreenderam mais de R$ 1 milhão, além de 50 mil dólares (R$ 250 mil).
Segundo o delegado-geral de São Paulo, Artur Dian, os investigadores chegaram até a Japa do PCC após detectar a movimentação financeira da célula do PCC.
“Os relatórios de informações financeiras obtidos pela Polícia Civil indicam que a suspeita movimentava milhões de reais da facção para ocultar a origem do dinheiro oriundo do tráfico de drogas”, diz Dian.