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Irritado com desdém a bolsonaristas, Wajngarten manda indireta a Nunes

Defensor da aliança com Ricardo Nunes, Fabio Wajngarten diz que “ninguém se apropriará de votos bolsonaristas e deixará Bolsonaro distante”

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Advogado Fábio Wajngarten durante entrevista coletiva na sede do PL - Metrópoles
1 de 1 Advogado Fábio Wajngarten durante entrevista coletiva na sede do PL - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

São Paulo — Incomodado com o isolamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) das negociações envolvendo a aliança pela reeleição de Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo, o advogado e articulador bolsonarista Fabio Wajngarten mandou uma indireta ao prefeito paulistano nesta terça-feira (5/9).

“Ninguém, repito, ninguém se apropriará de votos bolsonaristas e deixará Bolsonaro distante. A era dos gafanhotos acabou. Fica a dica”, escreveu Wajngarten nas redes sociais.

Ex-secretário especial de Comunicação e assessor de Bolsonaro, Wajngarten era a principal ponte entre o ex-presidente da República e o prefeito da capital, o que o transformou em um dos nomes cotados a vice na chapa de Nunes para a eleição do ano que vem.

Como o Metrópoles antecipou nesta terça-feira, aliados de Bolsonaro estão irritados com o que consideram “falta de reciprocidade” no tratamento dado aos bolsonaristas por Ricardo Nunes e já ameaçam não embarcar na campanha à reeleição do prefeito.

Em julho, a ala mais pragmática do bolsonarismo, que atuou para minar a pré-candidatura do deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) à Prefeitura de São Paulo, cobrou espaço na gestão municipal como “contrapartida” pela ajuda dada para fortalecer o palanque de Nunes na capital.

Além disso, os bolsonaristas reivindicam o posto de vice na chapa do atual prefeito, com o objetivo de derrotarem o deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP), pré-candidato com o apoio do PT. Segundo o Datafolha, Boulos lidera a corrida com 32%, enquanto Nunes aparece em segundo, com 24%.

A aliados, Nunes já descartou dar cargos a representantes do bolsonarismo no primeiro escalão da Prefeitura, com o argumento de que o PL, partido de Bolsonaro, já ocupa uma secretaria e integra sua base de apoio na Câmara Municipal.

Agora, os bolsonaristas acompanham com indignação uma série de nomes não alinhados ao bolsonarismo sendo especulados para o posto de vice na chapa do prefeito, como o da ex-prefeita e ex-petista Marta Suplicy, atual secretária de Relações Internacionais da gestão emedebista.

Marta foi sondada pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, mas descarta se filiar ao mesmo partido de Bolsonaro. O gesto de Valdemar foi visto como um acinte pelos bolsonaristas, que se sentem cada vez mais escanteados na discussão sobre a composição da chapa.

Eles afirmam que o presidente do PL trata Bolsonaro como “peça de museu” e acreditam que Nunes tem “cozinhado” o ex-presidente junto com Valdemar apenas para evitar uma candidatura bolsonarista à Prefeitura paulistana, considerada uma ameaça à reeleição do emedebista.

Segundo um aliado próximo a Bolsonaro, o apoio do bolsonarismo a Nunes, que era considerado iminente, “começou a trincar” e os bolsonaristas já não descartam uma candidatura própria para prefeito de São Paulo em 2024.

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