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“Estou de mãos atadas”, diz irmão de brasileiro sequestrado no Equador

Itamaraty investiga denúncia de sequestro de brasileiro no Equador, após onda de violência que tomou conta do país

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Foto colorida de Thiago Allan Freitas - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de Thiago Allan Freitas - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo – Familiares de Thiago Allan Freitas, de 38 anos, relatam momentos de desespero enquanto aguardam por informações sobre o brasileiro, que teria sido sequestrado em Guayaquil, no Equador. O Itamaraty informou que “acompanha com atenção” a denúncia de sequestro e que mantém contato com a família de Thiago.

“Nós estamos de mãos atadas. O jeito é orar para Deus. A gente fica preocupado demais, é desesperador”, afirmou ao Metrópoles Wendel Rodrigo, irmão de Thiago. O brasileiro mora na cidade equatoriana há três anos e é proprietário de uma churrascaria.

Segundo Wendel, que reside em São Paulo, os criminosos pediam, inicialmente, 10 mil dólares para libertar o irmão. Após negociação, os familiares de Thiago teriam se organizado para tentar arrecadar parte da quantia e enviado mais de mil dólares aos sequestradores.

Um dos filhos de Thiago, Gustavo, que é menor de idade, publicou um vídeo em uma rede social pedindo dinheiro. “Não temos mais [dinheiro]. Por isso, recorro a vocês, que me ajudem com o que têm, com qualquer valor, é muito bem-vindo. Se é US$ 1, US$ 2, precisamos de verdade. Estamos desesperados”, disse ele no vídeo.

Erick, irmão mais novo do churrasqueiro, afirma ter sido o responsável por falar diretamente com os sequestradores. Segundo ele, as autoridades brasileiras teriam orientado a interromper o contato com os criminosos e a parar de enviar dinheiro.

“As autoridades nos orientaram a não responder mais aos sequestradores. Eles mandaram mensagem pela última vez às 22h. Eu já não estava mais autorizado a falar. A gente segue a risca o que as autoridades entendem. Mandaram outra mensagem à meia-noite, outra agora de manhã, mas é dinheiro que eles querem. Isso é até reconfortante porque sabemos que não é nada pessoal com ele”, afirma Erick ao Metrópoles.

Ele diz ainda ter sido surpreendido com vídeos enviados pelos sequestradores em que o irmão estava em um cativeiro.

“Eles pegaram o celular do meu irmão e fizeram contato com várias pessoas enquanto ele estava no cativeiro. Eles souberam que eu era irmão do Thiago. Daí comecei a tratar com os caras. Começaram a pedir as coisas. Mandaram vídeos, fotos, tudo. Foi horrível”, afirma.

Itamaraty

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirma que está apurando o ocorrido junto às autoridades locais. “O Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada em Quito, acompanha com atenção denúncia de sequestro de cidadão brasileiro no Equador, mantém contato com seus familiares e busca apurar as circunstâncias do ocorrido junto às autoridades locais”, diz a pasta, em nota.

Segundo o Itamaraty, informações sobre o caso específico só poderiam ser repassadas diante de autorização dos envolvidos.

Violência no Equador

O Equador entrou em uma crise de violência nesta semana após a fuga do líder da gangue criminosa mais poderosa do país. Adolfo Macías, conhecido como “Fito” e líder da gangue Los Choneros, desapareceu no domingo (7/1), quando deveria ser transferido a uma instalação de segurança máxima.

As facções promoveram uma série de ações criminosas na terça (9/1), entre elas a invasão de uma estação de TV que transmitia um programa ao vivo.

Os bandidos ainda sequestraram sete policiais. As forças de segurança também registraram explosões na província de Esmeraldas, um artefato explosivo lançado em uma delegacia local e dois veículos queimados.

Até o momento, 13 pessoas morreram e 70 foram presas, segundo o governo equatoriano. As Forças Armadas estão nas ruas para tentar garantir a segurança da população.

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