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Investigação criminal sobre queda de avião pode levar mais de 1 ano

Delegados aguardam laudos sobre causas do acidente para apontar eventuais responsáveis. Um dos laudos deve demorar cerca de 1 ano

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Retirada dos destroços do avião em Vinhedo (SP)
1 de 1 Retirada dos destroços do avião em Vinhedo (SP) - Foto: Metrópoles

São Paulo — A investigação da Polícia Federal (PF) sobre o acidente aéreo que matou 62 pessoas em Vinhedo, no interior de São Paulo, pode levar mais de um ano para apontar possíveis crimes e indiciar eventuais suspeitos.

Além do relatório técnico da Força Aérea Brasileira (FAB) sobre as causas do acidente, que deve sair em 30 dias, os delegados responsáveis pelo caso aguardam dois laudos do Instituto Nacional de Criminalística (INC) para avançar com as investigações no âmbito criminal. Após ter acesso aos laudos, a equipe de investigação deve realizar as oitivas dos responsáveis pela companhia aérea VoePass, por exemplo.

Um dos laudos, que tem previsão de ser apresentado em até 90 dias, pretende trazer informações descritivas sobre o local do acidente, como o posicionamento e o estado da aeronave no terreno, danos externos e procedimentos realizados em campo.

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Avião voava de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP)
Moradores do condomínio onde avião caiu registraram momento da queda
Tragédia em Vinhedo: 62 pessoas que estavam a bordo de avião morreram
Imagens do avião que caiu em Vinhedo (SP)
Avião caiu dentro de terreno vazio de um condomínio em Vinhedo
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Destroços de avião

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Avião voava de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP)

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Moradores do condomínio onde avião caiu registraram momento da queda

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Tragédia em Vinhedo: 62 pessoas que estavam a bordo de avião morreram

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Imagens do avião que caiu em Vinhedo (SP)

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Avião caiu dentro de terreno vazio de um condomínio em Vinhedo

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Ninguém sobreviveu

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Avião com 62 pessoas caiu em SP

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Avião caiu dentro de condomínio

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A partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo

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Moradores do condomínio onde avião caiu registraram momento da queda

O documento está sendo elaborado com base em escaneamentos 3D feitos logo após o acidente, antes dos destroços serem removidos para que corpos de vítimas fossem retirados.

Em um segundo laudo, que deve ser concluído em um ano, os peritos do INC vão incluir as condições da aeronave, uma análise dos “fatores humanos”, do perfil dos envolvidos, a cronologia do acidente e dados meteorológicos.

No documento, chamado de laudo de sinistro aeronáutico, também será incluída uma análise dos dados das duas caixas-pretas do avião, o FDR — gravador de dados de voo — e o CVR — gravador de voz na cabine de comando.

O material analisado pela Polícia Federal e pela Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), será o mesmo, mas as conclusões e interpretações serão tomadas de forma independente. Os peritos do INC estão trabalhando para entregar os laudos antes dos prazos previstos.

Laudo de sinistro aeronáutico

O documento que será elaborado pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC) em um ano deve trazer:

  • Resumo do Evento — uma visão geral concisa do acidente ou incidente, incluindo principais conclusões e recomendações.
  • Descrição Detalhada do Evento — uma linha do tempo com a sequência de eventos que levaram ao acidente e condições climáticas no momento do acidente, apresentadas em forma de gráficos ou tabelas, se necessário.
  • Análise dos Fatores Humanos — informações sobre os envolvidos, incluindo suas qualificações, estado de saúde, avaliação dos procedimentos seguidos e do treinamento recebido.
  • Análise de Fatores Materiais — resultados das inspeções e manutenção da aeronave, muitas vezes acompanhados de gráficos ou fotos; e revisão das certificações e registros de manutenção relevantes.
  • Análise dos Procedimentos Operacionais — discussão sobre a aderência aos procedimentos operacionais e qualquer desvio e análise das comunicações registradas durante o evento.
  • Aspectos Organizacionais — exame das políticas e procedimentos da empresa e se foram cumpridos e avaliação do ambiente organizacional e práticas de segurança.
  • Fatores Ambientais — descrição das condições do local de operação, a relevância para o evento e identificação e análise de fatores externos que possam ter influenciado o acidente.

Investigação da Polícia Civil

Além da investigação na esfera federal, um inquérito foi instaurado pela Polícia Civil no 1º Distrito Policial de Vinhedo. O promotor José Cláudio Baglio, designado pelo procurador-geral de Justiça para acompanhar o trabalho da Polícia Civil, afirma que todos os envolvidos serão ouvidos.

“Naturalmente, os responsáveis pela companhia aérea e os demais envolvidos devem ser ouvidos em algum momento. Primeiro, nos cabe aguardar a produção dessa prova técnica e coletar demais provas”, afirma Baglio ao Metrópoles.

O trabalho de investigação está em fase inicial, segundo o promotor. “Essa prova tem uma coleta toda específica, por órgãos técnicos. Então a gente aguarda a posição dessa prova técnica através desses órgãos. Isso ainda não chegou, mas certamente chegará. É muito cedo. Deve levar algum tempo. É mais de uma caixa preta, é mais de um coletor de dados.”

Cenipa

Na última segunda-feira (12/8), o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) concluiu a primeira etapa da investigação sobre o que teria provocado a queda do ART 72 da VoePass no último dia 9/8, a chamada ação inicial.

A extração do conteúdo das duas caixas-pretas da aeronave foi concluída. Segundo o brigadeiro Marcelo Moreno, chefe do Cenipa, o áudio dos diálogos entre a cabine do avião e a torre de controle foram captados com sucesso.

“Ainda, por meio do CVR, devem ser identificados os possíveis alarmes sonoros, cuja pesquisa pode requerer, se necessário for, uso de software de análise espectral do som. Por meio do FDR, já no início do processo, busca-se, após a extração e obtenção das informações gravadas nas caixas-pretas, a conversão dos dados eletrônicos binários em unidade de engenharia”, afirmou.

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