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Intervenção em ônibus ligados ao PCC completa 1 mês sem prazo para fim

Empresas de ônibus suspeitas de ligação com PCC são operadas pela SPtrans; segundo Nunes, até aqui “nada fora da normalidade” foi encontrado

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Jéssica Bernardo/Metrópoles
foto colorida de ônibus da Transwolff circulam normalmente no dia em que MPSP faz operação da empresa por suspeita de ligação com o PCC; na imagem, ônibus da empresa no Terminal Santo Amaro; Justiça tornou dirigentes da empresa réus - Metrópoles
1 de 1 foto colorida de ônibus da Transwolff circulam normalmente no dia em que MPSP faz operação da empresa por suspeita de ligação com o PCC; na imagem, ônibus da empresa no Terminal Santo Amaro; Justiça tornou dirigentes da empresa réus - Metrópoles - Foto: Jéssica Bernardo/Metrópoles

São Paulo – A operação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) que revelou ligações entre empresas de ônibus que operam na capital paulista e o Primeiro Comando da Capital (PCC) completa um mês nesta quinta-feira (9/5), e a prefeitura avalia que ainda pode manter por mais oito meses a intervenção no transporte público da região.

Uma comissão que reúne técnicos da Procuradoria-Geral e da Controladoria-Geral do Município, além de profissionais da São Paulo Transportes (SPTrans), deve elaborar, nos próximos dias, um relatório sobre os 30 primeiros dias de intervenção na Transwolff e Upbus e apresentá-lo ao prefeito Ricardo Nunes (MDB).

“Se a gente vai cancelar o contrato, se não vai, vai depender, primeiro, das investigações do Ministério Público, da conclusão da Justiça, se as pessoas são culpadas ou não das acusações que elas estão sofrendo. E, eventualmente, pela intervenção, da identificação ou não de alguma irregularidade nos contratos que essas empresas têm com a prefeitura”, disse o prefeito nessa terça-feira (7/5).

A Operação Fim da Linha teve como alvo dirigentes da Transwolff, que opera linhas na zona sul, e da Upbus, que atua na zona leste. Juntas, elas têm uma frota de cerca de 1.300 ônibus e transportam, aproximadamente, 700 mil pessoas por dia. Segundo o MPSP, o PCC repassou recursos para a capitalização das empresas e as usou para lavar dinheiro do tráfico de drogas.

A intervenção na Transwolff foi requisitada pelo MPSP. No caso da Upbus, a intervenção foi pedida à Justiça pela prefeitura.

Depois do relatório dos primeiros 30 dias, o grupo de interventores deve gerenciar as empresas ao menos pelos próximos seis meses – com previsão legal de que esse prazo se estenda por mais dois.

Nesse período, eles vão elaborar um parecer que recomendará se a prefeitura irá decretar a caducidade (o cancelamento) do contrato – o que levará à elaboração de uma nova licitação para transporte de passageiros nas áreas em que eles atuam —, se a SPTrans vai assumir definitivamente a gestão das empresas, ou se é o caso de devolvê-las aos antigos dirigentes, caso o MPSP também entenda dessa maneira.

“Até agora, a gente não tem informação de nada fora da normalidade, nada muito grave. O importante é que o sistema está funcionando, não faltou ônibus. A grande preocupação minha e dos interventores é que o sistema funcione”, disse Nunes.

Um dos pontos em aberto sobre o futuro das empresas está relacionado ao Aquático SP, o transporte hidroviário que Nunes pretende inaugurar até o próximo fim de semana, na Represa Billings, na zona sul.

O serviço havia sido repassado pela prefeitura à Transwolff, seguindo um entendimento de que o transporte público, embora feito por barcos, não por ônibus, era de competência da empresa que opera na região. Mas, ainda em abril, poucos dias após a operação do MPSP contra o PCC, a equipe do prefeito optou por tirar o novo modal da empresa e repassá-lo à SPTrans.

Nessa terça-feira, um decreto publicado no Diário Oficial da cidade confirmou a transferência. A prefeitura ainda não definiu, contudo, se o serviço irá retornar à Transwolff quando o destino da empresa for selado ou se continuará com a SPTrans.

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