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Instituto suspeito de extorquir candidatos fez pesquisas em 47 cidades

Polícia Federal encontrou R$ 157 mil, anotações e transações suspeitas ligadas a dono de instituto em investigação sobre fraude de pesquisas

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PF APREENDEU 157 MIL COM EMPRESÁRIO SUSPEITO DE EXTORQUIR POLÍTICOS POR PESQUISAS ELEITORAIS FRAUDADAS - METRÓPOLES
1 de 1 PF APREENDEU 157 MIL COM EMPRESÁRIO SUSPEITO DE EXTORQUIR POLÍTICOS POR PESQUISAS ELEITORAIS FRAUDADAS - METRÓPOLES - Foto: Divulgação/PF

São Paulo — A Polícia Federal (PF) encontrou movimentações suspeitas em dinheiro vivo e anotações sobre supostas pesquisas eleitorais fraudulentas na casa do empresário Flávio Henrique da Silva, na região de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo.

Ele é investigado por usar seu instituto para supostamente extorquir dinheiro de políticos em troca de resultados favoráveis nas pesquisas. A empresa dele, Publi QC, registrou levantamentos eleitorais em 47 cidades paulistas.

As investigações começaram com uma denúncia anônima segundo a qual o empresário ameaçava candidatos do interior paulista com a possibilidade de publicar pesquisas que cenários desfavoráveis a eles. Caso o político quisesse escapar, teria de fazer depósitos em uma loja de móveis domésticos em Ibirá, vizinha a São José do Rio Preto.

Foi em razão das eleições em São José do Rio Preto que a PF cumpriu buscas e apreensões na casa de Flávio Henrique da Silva. No primeiro turno, o instituto Publi QC, do qual é sócio, publicou uma pesquisa que colocava o candidato Itamar Borges (MDB) com 36,5% das intenções de voto e Coronel Fábio Cândido (PL) com 12%, em terceiro lugar.

O resultado do primeiro turno foi bem diferente. No primeiro turno, Coronel Fábio ficou em primeiro lugar, com 40,42% dos votos, e Itamar Borges em segundo, com 25,69%. Eles decidem o segundo turno na cidade neste domingo (27/10). Nos documentos obtidos pelo Metrópoles, não constam indícios de participação dos candidatos da cidade nos crimes investigados.

Nos endereços ligados a Flávio Henrique da Silva, a PF apreendeu R$ 157 mil em dinheiro, além de computadores e documentos. Na casa dele, também foram encontrados diversos extratos de movimentações financeiras da tal loja de móveis em Ibirá. Ele alegou aos agentes que era do departamento comercial da loja, que está formalmente em nome de um terceiro. O problema é que, segundo a PF, Flávio nunca teve vínculo empregatício coma empresa.

“Portanto, considerando o exposto, resta evidente que parte dos valores movimentados na conta bancária da empresa Mania Moveis são, na verdade, decorrentes da atividade fraudulenta praticada por Flávio Henrique da Silva”, afirmou a PF.

Um levantamento do Metrópoles com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que o Publi QC registrou pesquisas em 47 cidades no interior de São Paulo. Sua atuação se deu principalmente em municípios de poucos habitantes, menores do que São José do Rio Preto.

As pesquisas estão registradas com o financiamento de uma empresa de publicidade. A PF encontrou pagamentos em dinheiro vivo na conta nas contas da empresa que teria bancado as pesquisas, com indícios de fracionamento. Investigadores tentam entender o motivo do “fluxo reverso” do caminho do dinheiro.

A reportagem não localizou Flávio Henrique da Silva. O espaço segue aberto para manifestação. A campanha de Itamar Borges afirmou que “nunca contratou tal instituto, apenas divulgou os resultados que o próprio havia publicado em suas redes sociais”.

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