Influencer se apresenta dois dias após morte de paciente por fenol
Natalia Becker era procurada pela polícia de SP desde segunda-feira, quando paciente de 27 anos morreu em procedimento de peeling de fenol
atualizado
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São Paulo —A influencer e esteticista Natalia Fabiana de Freitas Antonio, conhecida como Natalia Becker, se apresentou à Polícia Civil na tarde desta quarta-feira (5/6), dois dias após a morte do paciente Henrique Chagas da Silva, de 27 anos, durante um procedimento de peeling de fenol.
Natalia chegou ao 27º Distrito Policial (Campo Belo) por volta das 14h, em uma BMW branca, acompanhada do marido e sócio Jorge Macedo da Cunha (veja abaixo). Os dois prestarão depoimento para a delegada responsável pelo caso.
Além deles, duas funcionarias da clínica de estética e a mãe de Henrique também deve comparecer à delegacia nesta quarta.
O caso é investigado como homicídio.
A polícia não descarta fazer novas buscas na clínica de Natalia para procurar o frasco de fenol que não foi encontrado.
Sem formação médica
Natalia Becker, não era médica, de acordo com o Conselho Regional de Medicina. A entidade afirma que para realizar o peeling de fenol é necessário ter formação na área.
O procedimento, considerado agressivo, consiste na corrosão da derme e da epiderme, camadas da pele, para rejuvenescer o rosto.
Antes da realização do procedimento, é preciso submeter o paciente a uma série de exames preparatórios, para verificar o funcionamento cardíaco, já que a substância provoca arritmia. Durante o peeling de fenol, deve-se monitorar o coração do paciente para avaliar se há alterações.
De acordo com a Polícia Civil, a clínica não possuía equipamentos adequados para realizar a aplicação do produto.
Homicídio doloso
A equipe de investigação considera mais provável a hipótese de homicídio doloso, levando em consideração o fato de que Natália não possuía registro profissional como médica, o que seria necessário para realizar o procedimento. Caso o dolo seja confirmado, a prisão temporária da esteticista pode ser pedida.
“O fato é: existe crime de homicídio. Ainda resta definir qual tipo de homicídio que está diante de nós, se é um homicídio culposo, que teria ocorrido por conta de imperícia do profissional, ou um provável homicídio doloso, em que o agente, muito embora não queira a morte, acaba assumindo o risco de produzi-la”, afirma o delegado.