Influencer presa tinha perfil com nome falso em site de acompanhantes
Segundo investigação, influencer Vitória Guarizo Demito atraiu vítima oferecendo “sexo de fachada”; homem foi torturado e perdeu R$ 41,5 mil
atualizado
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São Paulo — A modelo e influencer Vitória Guarizo Demito, de 25 anos, é suspeita de usar um nome falso e fazer anúncio em site de acompanhantes para atrair sua vítima em São Paulo, segundo a Polícia Civil. Ela e o namorado, Gabriel Meneses, 28, foram presos na terça-feira (25/7), acusados de torturar e roubar R$ 41,5 mil de um homem de 46 anos no dia 18 de maio.
Segundo a Polícia Civil, o homem marcou um encontro com a influencer em um apartamento na Avenida Miruna, em Moema, na zona sul da capital paulista. Lá, acabou rendido por mais duas pessoas e foi obrigado a realizar uma série de transferências bancárias após sessão de tortura, com socos, ameaças e queimaduras de maçarico e faca, que foi aquecida. O outro suspeito está foragido.
Durante a investigação, policiais descobriram que Vitória manteria um perfil no site de acompanhantes Top Travestis, com o nome falso de “Camilla Flores” e fotos dela mesma. Ainda de acordo com o relatório do caso, obtido pelo Metrópoles, o telefone de contato é o mesmo da influencer.
No perfil, a acompanhante se descreve como uma travesti de olhos verdes, 1,66 metro de altura e 70 quilos.
“Sou liberal entre quatro paredes, bem carinhosa e atenciosa, gosto de tratar meus clientes como se fossem meu namoradinho secreto”, diz o anúncio. “Venha passar bons momentos ao meu lado, adoro beber um bom vinho, um bom papo e um bom sexo”.
Versões
Em sua primeira declaração, feita no plantão do 15º Distrito Policial (Itaim Bibi), a vítima afirmou ter entrado em contato com a “acompanhante” por meio do site Top Travestis e de lá a conversa migrou para o aplicativo WhatsApp”. O registro é do dia 22 de maio.
Já no dia seguinte, o homem compareceu ao 27º DP (Campo Belo), que é a delegacia responsável pela investigação, mudou a versão e declarou ter conhecido Vitória no Grindr, aplicativo de relacionamento voltado ao público LGBTQIA+.
A Polícia Civil, no entanto, incluiu o anúncio no relatório da investigação. Nele, os policiais concluem estar “diante de uma associação criminosa” que se vale de “encontros amorosos e sexuais de fachada” para manter a vítima em cárcere privado, realizando “diversos tipos de torturas físicas e psicológicas”.
Segundo a Top Travesti, o perfil não faz mais parte dos classificados desde o dia 14 de junho. O site também afirma que “somente veicula a publicidade” e que o contato é feito diretamente entre a anunciante e o cliente.